Programadoras esperam fim da inadimplência para rever modelo

A situação dos programadores nunca foi tão crítica. A maior parte está sem receber em dia das principais operadoras desde o primeiro semestre de 2001. Elas alegam que o mercado de TV paga tornou-se, no Brasil, uma terra sem regras, em que todos os motivos justificam a suspensão de pagamentos, de forma quase sempre arbitrária. Para a maior parte dos programadores, as grandes operadoras respondem por cerca de 75% da receita, enquanto os pequenos e os novos operadores são responsáveis pelo resto. "Curiosamente, só os pequenos estão pagando", expõe um canal.
"Não dá para fazer TV por assinatura se não se paga o principal ingrediente, que é a programação. É claro que nós e os operadores precisamos arcar juntos com o custo Brasil, com a desvalorização cambial e crises em geral, mas não podemos viver apenas de aporte dos acionistas", desabafa um diretor de uma programadora. "TV por assinatura é um negócio único em que participam programadoras e operadores. Do jeito como as coisas vão indo, os operadores estão se distanciando", reclama outro programador.
O drama vivido pelos programadores tem uma explicação: por representarem o maior custo direto dos operadores, são naturalmente vistos como o maior problema quando as empresas vão mal. Por outro lado, as matrizes dos canais sempre apostaram em um crescimento do mercado que acabou não acontecendo. Com a suspensão dos pagamentos por parte das operadoras e com a estagnação do mercado, muitos programadores sofrem pressões para fecharem suas atividades na América Latina.

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