Pesquisa da Anatel sobre satisfação é questionada

O vice-presidente da Anatel, Antônio Carlos Valente, apresentou alguns resultados de uma pesquisa sobre satisfação dos usuários de TV por assinatura elaborada para a agência pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e pela Universidade de São Paulo. Segundo esta pesquisa, o índice médio de satisfação dos cliente de cabo é de 68,2%, dos assinantes de MMDS é de 72% e dos assinantes de DTH, 71,6%. A apresentação ocorreu durante o segundo painel do Congresso ABTA 2003, intitulado "Novo cenário: A TV por assinatura não é mais a mesma", realizado nesta terça, dia 7. Valente detalhou ainda o grau de importância dada a itens específicos da relação entre operadores e assinantes como preço, atendimento, programação oferecida etc e qual a satisfação auferidos na pesquisa para uma série de fatores. Especificamente no universo da TV a cabo, segundo os dados obtidos na pesquisa, a programação tem um baixo índice de importância percebida pelos assinantes (7,9%) e um grau de satisfação de 66,8%. Foi o item que mais incomodou os operadores presentes à sessão. Já o preço do serviço foi considerado relevante por 15,9% dos entrevistados, com um grau de satisfação de 49,6%. A presidente da ABTA, Leila Loria mostrou descontentamento com os resultados apresentados preliminarmente pela Anatel e afirmou que as muitas pesquisas realizadas com assinantes pela associação mostram que para os usuários o item programação são de grande relevância.
Outras críticas apresentadas pelo vice-presidente da Anatel são que a indústria de TV paga se apresenta como um produto de classe A e B; tem uma programação muito restrita ao entretenimento; tem poucos planos de serviço; e muita programação em língua estrangeira. Para Valente a quantidade grande de programas em língua estrangeira afasta a população de classe mais baixa do serviço. No entanto, Valente ponderou que o País passa por um momento econômico bastante delicado, em que há uma redução do mercado consumidor. Chris Torto, presidente da NeoTV e da Horizon, afirmou que o produto que a TV paga vende é programação, que ainda custa muito caro. Mas o executivo lembrou que está havendo uma tentativa de baratear estes custos e que 99% dos contratos com programadoras estrangeiras foi convertido para reais. Sobre as críticas em relação à programação da TV paga, Chris Torto lembrou que atualmente existem dois canais jornalísticos em português e uma série de canais ou em português ou dublados. Leila Loria lembrou ainda que houve grande investimento por parte dos programadores e que Globosat e Band têm investido muito em programação nacional.
Para Paulo Martins, presidente da Viacabo, a indústria de TV paga é sobrevivente e em 2002 as operadoras fizeram o dever de casa e conseguiram se rentabilizar. Na sua opinião o modelo atual privilegia grandes grupos e que justamente o período em que houve maior crescimento, de 1993 a 1997, o foco eram os pequenos grupos.

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