Associações do setor audiovisual divulgaram nesta terça, 7, um carta aberta a anunciantes, agências e produtoras audiovisuais condenando os atrasos no pagamento de profissionais e serviços. A carta é assinada pela Abele – Associação Brasileira das Empresas Locadoras de Equipamentos e Serviços Audiovisuais, Acasp – Assistentes de Câmera Associados de São Paulo, Astim – Associação dos Técnicos em Iluminação e Maquinaria e Sindcine – Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Cinematográfica e do Audiovisual dos Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins e Distrito Federal.
A associações apontam que há uma pressão na cadeia de produção para faturar serviços, produtos e locações em prazos que vão de 60 a 120 dias e, além disso, é comum o atraso quando o faturamento é feito em 30 dias, sem justificativa e correções.
Segundo elas, “o único objetivo dos anunciantes é manter os recursos aplicados no mercado financeiro durante o prazo exigido dos fornecedores”. As consequências para as locadoras e os trabalhadores, diz a carta, “são desastrosas”, trazendo problemas de fluxo de caixa, incentivo à inadimplência, tributação antecipada em relação às receitas correspondentes e outros ônus.
Veja a carta na íntegra:
Carta aberta aos anunciantes, agências e produtoras audiovisuais
Mais uma vez a cadeia de produção do audiovisual encontra-se sobre forte pressão para faturar seus serviços, produtos e locações em 60, 90 e até mesmo 120 dias.
E mesmo quando o faturamento é feito a 30 dias temos observado que os atrasos são constantes, sem justificativa e sem correção, mesmo quando as faturas são quitadas muito depois do vencimento.
Essa pressão vem dos anunciantes, é transferida para as agências, destas para as produtoras e por fim aos profissionais, locadoras e prestadores de serviços, cujos principais custos – aluguéis, folha, encargos e impostos – vencem impreterivelmente em 30 dias.
Não temos com quem dividir a pressão que recebemos, estamos no final da linha.
Não há razões logísticas, financeiras, operacionais ou de qualquer outra ordem para tal pressão: o único objetivo dos anunciantes é manter os recursos aplicados no mercado financeiro durante o prazo exigido dos fornecedores.
Para empresas locadoras e trabalhadores as consequências são desastrosas: problemas de fluxo de caixa, incentivo à inadimplência, tributação antecipada em relação às receitas correspondentes e outros ônus.
Esta prática, se disseminada, pode gerar um efeito-dominó capaz de contaminar todos os elos da cadeia produtiva e colocar nossa infraestrutura e inúmeros empregos em risco.
Desta forma, as associações abaixo assinadas recomendam aos seus associados manter a atual praxe de mercado: faturamento integral a 30 dias da data.
E aos anunciantes, agências e produtoras pedimos atenção e compreensão em relação ao exposto acima, inviabilizar seus fornecedores teria efeito muito ruim na qualidade e nos custos de suas produções.
Esta é uma condição básica para que nossa cadeia de produção audiovisual mantenha-se saudável: só assim o Brasil conseguirá continuar produzindo com volume e qualidade em nível internacional.
São Paulo, Outubro de 2014.
Abele – Associação Brasileira das Empresas Locadoras de Equipamentos e Serviços Audiovisuais
Acasp – Assistentes de Câmera Associados de São Paulo
Astim – Associação dos Técnicos em Iluminação e Maquinaria
Sindcine – Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Cinematográfica e do Audiovisual dos Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins e Distrito Federal.