Público busca realismo, diz presidente de conteúdos da Discovery

Marjorie Kaplan, presidente de conteúdos da Discovery Networks International

O público quer programas cada vez mais realistas. Essa é uma das tendências apontadas por Marjorie Kaplan, presidente de conteúdos da Discovery Networks International, que participou do Rio Content Market esta semana no Rio de Janeiro. Ela disse que os canais devem se afastar cada vez mais da realidade manipulada e buscar programas mais autênticos. "Os millenials sobretudo percebem quando uma coisa não é verdadeira. Muita gente ainda assiste esses programas, mas há uma mudança e uma busca por coisas mais autênticas", disse a este noticiário.

Isso também não significa, diz ela, que os produtores e canais devem recuar e não contar mais histórias. "A TV é uma experiência diferente do YouTube. Você está relaxado, quer receber histórias. É bom quando há a voz do criador", conta.

Segundo ela, não há perda de audiência para as plataformas digitais, e sim mais consumo de conteúdos. "O conteúdo gerado pelo usuário (UGC) preenche uma necessidade diferente daquela atendida pela televisão. Hoje a própria audiência está criando conteúdo, mas também quer ver os conteúdos criados pelos canais", disse.

A Discovery, conta, não tem orientações específicas quanto a isso a seus produtores. "O que eu acho é que quanto mais competição existir, maiores são os obstáculos para um bom conteúdo. Acaba tendo muita coisa parecida. Os canais deveriam copiar um pouco menos o que os outros fazem. TV é uma atividade de risco. Muitos programas não funcionam. Nós sempre nos surpreendemos com as falhas, mas deveríamos nos surpreender com o sucesso", disse. "Os programas que fazem mais sucesso, no fim, são sempre os primeiros a tentar alguma coisa diferente", conclui.

Outra tendência apontada por Marjorie são os experimentos sociais. Também são programas relacionados à realidade, mas de uma outra forma. Ela deu o exemplo de "Undressed", um programa que está sendo exibido na Itália em que duas pessoas são fechadas em um quarto e devem despir uma à outra e passar meia-hora juntas em uma cama, enquanto uma grande tela sugere tarefas e mostra imagens. Após os 30 minutos, eles devem decidir se querem sair do quarto ou permanecer na cama sem a presença das câmeras.

"É um formato em que as pessoas claramente percebem que aquilo não é real, pois é uma situação criada artificialmente, mas ao mesmo tempo as relações são extremamente reais e as pessoas reagem de forma natural como se não houvesse câmeras", conta a executiva.

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