Animação ganha programa nacional de desenvolvimento

O Programa Nacional de Desenvolvimento da Animação, conjunto de políticas públicas para o setor, foi lançado na tarde desta sexta-feira, 10, durante o 3º Granimado, festival de animação que acontece até o dia 12 na cidade gaúcha de Gramado. Juca Ferreira, ministro da Cultura, um dos responsáveis pela articulação do projeto antes mesmo de assumir a pasta, esteve no evento para receber uma homenagem e justificou a iniciativa: ?A animação tem dimensão importante no audiovisual, envolve muitos profissionais e tem que desenvolver linguagem própria para se firmar como indústria. O Estado precisa apoiar?.
Silvio Da-Rin, secretário do Audiovisual, apresentou o programa que prevê o desenvolvimento da indústria de animação a partir da capacitação de profissionais; articulação de um circuito nacional de teledifusão; formação de clusters do setor, com a reunião de produtoras apoiadas por instituições públicas, e estímulo à inserção da produção brasileira no mercado internacional. Em breve deve ser feita uma pesquisa sobre o setor para o direcionamento das ações.
O programa entra em prática ainda em outubro com o lançamento dos editais do Anima TV, para séries de animação para a televisão. Animadores poderão inscrever suas propostas de séries direcionadas ao público de seis a 14 anos. Serão realizadas oito oficinas em diferentes regiões do país para que interessados em participar do programa desenvolvam seus projetos e os formatem para a inscrição. Na primeira etapa, serão selecionados 18 projetos que ganharão um contrato de co-produção no valor de R$ 110 mil para a realização de um episódio-piloto de 11 minutos e o desenvolvimento de um projeto completo de série de animação, com mais 12 episódios.
Os 18 episódios-piloto serão exibidos pelas TVs públicas. Uma pesquisa qualitativa e quantitativa, coordenada pela Cultura Data, irá avaliar a receptividade do público. Os autores dos 18 projetos participarão da Oficina para o Desenvolvimento de Projetos AnimaTV e passarão por um pitching. Dois deles serão selecionados e ganharão um contrato de R$ 950 mil para a produção dos outros 12 episódios, que serão exibidos na rede pública de televisão. O investimento no programa está estimado em R$ 20 milhões.
Assim como o DocTV, o AnimaTV terá versão internacional com o AnimaSul, voltado para os produtores do Mercosul.
Entre as parcerias firmadas para dar continuidade às ações previstas no programa, Da-Rin mencionou a Recam (Reunión Especializada de Autoridades Cinematográficas y Audiovisuales del Mercosul); os programas Brazilian TV Producers e Cinema do Brasil; a Empresa Brasil de Comunicação (EBC); o Ministério de Ciências e Tecnologia; o Centro Técnico Audivisual (Ctav); a Associação Brasileira de Cinema de Animação (ABCA), juntamente com a TV Cultura, e a Abepec (Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais); e o National Film Board (NFB), do Canadá, instituição com a qual o governo mantém parceria para a capacitação de profissionais.

Outros programas

Da-Rin destacou que a animação será também contemplada em outros projetos que estão sendo desenvolvidos pelo Ministério da Cultura no âmbito da Secretaria do Audiovisual, como o XPTA. Lab, para o desenvolvimento de jogos eletrônicos, mídias móveis e novas tecnologias; e o Banco de Conteúdo, cuja proposta é disponibilizar ao público por download ou streaming, pela Internet ou celulares obras nacionais feitas com recursos públicos. Segundo o secretário, o projeto orçado em R$ 30 milhões ainda está sendo analisado, pois envolve, além de questões tecnológicas, aspectos jurídicos para a licença de obras já produzidas e elaboração de novos contratos que contemplem esta janela de exibição.
Outro projeto em elaboração que contemplará a animação é o Brasil na Prateleira, voltado para o mercado de home vídeo, com subsídios para distribuidores e compradores de DVD e auxílio na confecção de materiais que possam tornar o filme nacional mais atraente para o espectador, como displays.
Participaram também das mesas de apresentação das políticas públicas e do programa AnimaTV, Tereza Cruvinel (presidente da EBC), Leopoldo Nunes (diretor de programação da TV Brasil), Paulo Markun (presidente da Fundação Padre Anchieta), Áureo Mafra (vice-presidente de tecnologia da Abepec), Ale McHaddo (presidente da ABCA), Gustavo Dahl (diretor do Ctav) e Paulo Alcoforado (diretor de Audiovisual d Secretaria do Audiovisual).

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