Nesta segunda-feira, dia 10 de outubro, Daniel Celli, coordenador da Rio Film Commission, e Maurício Hirata, diretor de investimentos da RioFilme, estiveram reunidos em um bate-papo no RioMarket, braço de programação do Festival do Rio voltado ao mercado, para falar sobre as recentes investidas do Rio de Janeiro no sentido de estimular a produção audiovisual no local.
Somente em 2021, foram injetados 20 milhões de reais na cadeia produtiva do audiovisual no Rio de Janeiro, no Plano de Retomada do Audiovisual Carioca. "Saímos de um momento difícil, de quase nenhum investimento, para números recordes. Além do volume, nós também diversificamos os fomentos, destinando recursos a longas, webséries, jogos, mostras e festivais e ações locais, entre outras possibilidades. Como resultado, tivemos um financiamento de mais de 200 projetos nos últimos dois anos. Esses investimentos ainda atraíram um montante significativo de 185 milhões de reais de fontes de terceiros no setor. É um impacto expressivo na criação de empregos e divulgação da imagem do Rio fora do país, entre outras vantagens. Para 2023, o plano é trabalhar na continuidade e, se tudo der certo, incluir ainda um investimento da Lei Paulo Gustavo, que traria um montante adicional de 35 milhões", apresentou Hirata.
Outras ações relevantes da RioFilme foram a implementação do mecanismo inédito de cash rebate, no valor de R$15 milhões, o maior em operação no país hoje. "Acreditamos que isso será perene e tornará o Rio como um dos principais destinos de produção audiovisual", disse o diretor; além da licitação do Polo Cine Video, que vai receber um investimento de R$97 milhões em equipamentos; e de investimentos na realização de festivais e mercados na cidade do Rio e na participação dos profissionais cariocas nos mercados internacionais.
"Essa é uma gestão da RioFilme que faz questão de estar perto do produtor audiovisual carioca. Acreditamos que políticas públicas são construídas de forma eficiente tendo como base o diálogo e essa aproximação com os profissionais e as entidades. Queremos ouvir sugestões e contribuições, especialmente neste momento em que estamos começando a desenhar o Programa de Fomento de 2023", afirmou.
Rio Film Commission
Daniel Celli, que trabalhou anteriormente na São Paulo Film Commission, hoje é coordenador da Rio Film Commission – que é operada pela RioFilme – e atua num processo de potencializar o Rio de Janeiro como destino para filmagens de produções nacionais e internacionais, com a missão de tornar a Film Commission do Rio tão bem estruturada quanto hoje é a de São Paulo. "Não basta que o Rio seja belo – precisam existir políticas públicas para estimulá-lo como destino. Ele concorre com outros países. A política de cash rebate, por exemplo, é uma maneira de ser mais competitivo, mundialmente falando. Quando o lugar é escolhido como cenário de filmagens, isso gera empregos e movimenta diversos outros setores da economia. O impacto passa por aí. Por isso nossa proposta é criar esses mecanismos econômicos para atrair as produções ao mesmo tempo em que facilitamos o dia a dia de quem vier filmar aqui", explicou.
Hoje, quem quer filmar no Rio de Janeiro, em locais como praias, lagos, parques, ruas, praças, precisa obrigatoriamente submeter o pedido à Rio Film Commission. O processo é online e, no site, é possível preencher um formulário específico de autorização. "A partir daí, dialogamos com outros gestores públicos, que analisam tecnicamente as solicitações e, em parceria com a nossa equipe, viabilizam as produções. A ideia é autorizar o máximo número delas, mas obedecendo as condições e os regulamentos, que são diversos. Queremos estimular um grande fluxo, com projetos de séries, longas, videoclipes e demais formatos, mostrando que a Prefeitura do Rio é amigável com as produções e que, para isso, potencializou suas políticas públicas", declarou.
Até outubro deste ano, já foram autorizadas mais de 5 mil diárias de filmagens. Somente no primeiro semestre, foram 39 séries autorizadas, entre títulos nacionais e internacionais.
Outro braço da Film Commission envolve o trabalho dos profissionais. O departamento possui um catálogo para auxiliar os produtores internacionais a encontrarem talentos locais. Há ainda um catálogo de empresas – de infraestrutura, estúdios, produtoras – e de locações disponíveis. "É uma gama de mais de 20 filtros que facilitam essa busca por profissionais e serviços", finalizou Celli.
