Djamila Ribeiro se une com AFAR Ventures e Casé Fala para criar projetos para o mercado audiovisual

A escritora, filósofa e empresária Djamila Ribeiro; a AFAR Ventures, empresa de mídia e inteligência de mercado com sede nos Estados Unidos; e a Casé Fala, agência de talentos e consultoria em diversidade com sede em São Paulo, estão se unindo para oferecer ao mercado projetos de filmes e séries pra plataformas de streaming e estúdios de cinema. O acordo prevê o desenvolvimento de séries ficcionais, documentários, talk shows e demais produções para cinema, TV e formatos digitais. O objetivo é somar a experiência dos parceiros para a criação de histórias autênticas, inovadoras e diversas. 

Para a realização dessa parceria, as empresas iniciarão o diálogo com as plataformas para apresentar os projetos logo agora no início do ano, e a expectativa é desenvolver em torno de dez produções nos próximos anos. Além disso, a partir deste mês de janeiro, o projeto contará com uma representação em Los Angeles para criar conexões com produtoras, atores e cineastas de Hollywood por meio da atuação de David A. Wilson, ex-vice presidente da BET, cofundador da plataforma The Grio e sócio da AFAR Ventures. O executivo está de volta aos Estados Unidos depois de uma temporada no Brasil com o objetivo de acelerar parcerias com esse fim e afirma já ter reuniões agendadas com os principais players do mercado norte-americano. 

"Esta parceria foi criada a partir da admiração mútua que todos temos uns pelos outros e nossa paixão compartilhada em torno da necessidade de mais diversidade e equidade no Brasil. Todos acreditamos que começa com a criação de novas narrativas e que essas narrativas representem as experiências autênticas da comunidade afro-brasileira historicamente sub-representada", afirmou David A. Wilson em entrevista exclusiva para TELA VIVA. 

O executivo disse que ainda é cedo para falar sobre ideias de roteiros e temáticas das produções. No entanto, adiantou: "Estamos buscando alavancar talentosos contadores de histórias, diretores, produtores e criar conteúdos que apresentem um outro lado do Brasil para o mundo. Estamos interessados ??em todos os gêneros e estamos procurando filmes, séries de televisão, documentários e talk shows para plataformas de streaming e mídia tradicional". 

David A. Wilson, da AFAR Ventures, e Paulo Rogério, empreendedor e consultor em diversidade, são sócios no projeto 

Atuação de Djamila Ribeiro 

"Djamila é muito importante porque traz consigo suas perspectivas únicas da vida e da cultura brasileira. Ela entende melhor do que a maioria quais histórias precisam ser contadas. Ela também é uma contadora de histórias incrível com uma sensibilidade que representa tantas mulheres negras. Tê-la no time significa que teremos um filtro incrível sobre os projetos que desenvolvemos", celebrou Wilson. 

Por meio de nota, Ribeiro completou: "É com muita alegria que faço parte dessa união. Há muito mais na representação positiva de mulheres e homens negros do que tem sido feito ao longo dos anos e na atualidade. Por uma série de razões, pessoas negras têm pouco acesso a poder político e econômico nessa indústria. Estamos então entrando para construir um novo capítulo na história do audiovisual brasileiro de projeção internacional". 

A Casé Fala, idealizada por Patrícia Casé e Fabiana Oliva, já vem gerenciando a carreira de Djamila Ribeiro e também tem uma parceria comercial com AFAR. "O caminho até a produção audiovisual é um caminho natural, por isso, vamos unir a nossa experiência de anos da Casé Comunica na área cultural com a nossa experiência com tema de diversidade, que é foco principal da Casé Fala", conta Patrícia Casé. 

"Queremos construir uma ponte mais forte entre o Brasil e Hollywood", diz Wilson

Mercado 

Wilson pontua que, em 2021, a "guerra do streaming" chegou de vez ao Brasil, com plataformas multinacionais como HBO Max, Disney+ e Pluto TV se juntando a Netflix, Amazon e Globoplay no mercado do país. "O Brasil é o segundo maior mercado para a Netflix e o terceiro maior para o YouTube. Para que qualquer uma dessas plataformas seja competitiva e ganhe participação de mercado, elas devem começar a contar histórias a partir das experiências e perspectivas dos afro-brasileiros, que são 56% da população do país. Então, se não houver demanda suficiente por histórias negras no Brasil, definitivamente veremos isso mudar rapidamente neste novo ano", enfatizou. 

Por fim, o executivo fala sobre a ponte entre histórias locais e a audiência global. "Quando eu estava na faculdade e estudava jornalismo, aprendi que todas as histórias são locais e isso também é verdade para a narrativa roteirizada neste mundo de streaming global. Digo isso porque enquanto buscamos conteúdo de criativos do Brasil, nosso trabalho é apresentá-los a um público global. É por isso que nosso investimento em Los Angeles é importante. Queremos construir uma ponte mais forte entre o Brasil e Hollywood. É importante para Hollywood entender o valor dessas narrativas brasileiras em grande parte não contadas e incentivar mais investimentos nesse mercado", concluiu. 

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