Globopar diz que é vítima de "fundo abutre"

Confira, a seguir, a íntegra do comunicado da Globopar sobre a resposta encaminhada pelos credores que recorreram à Justiça de Nova York pedindo o enquadramento da negociação da dívida do grupo nas regras do Chapter 11:

"Desde outubro de 2002, a Globopar está envolvida em discussões ativas com seus credores financeiros buscando um reescalonamento consensual de seu débito, tanto em dívidas bancárias quanto em títulos privados. Esta necessidade surgiu porque boa parte desta dívida é denominada em dólares, sendo que as receitas da Globopar e de suas subsidiárias são em reais. A importante desvalorização cambial brasileira ocorrida em anos recentes, desde que a dívida foi contraída, criou um descompasso no fluxo de caixa planejado para serví-la, o que requereu seu reescalonamento.
Desde então, a Globopar está trabalhando para atingir esse objetivo em conjunto com dois comitês de credores, um de bancos e outro de detentores de bonds. As discussões estão evoluindo, as diferenças estão sendo superadas e as propostas se aproximam cada vez mais de um consenso.
Em 11 de dezembro passado, o fundo abutre (vulture fund) americano Huff, agindo em nome de seus fundos afiliados, entrou na justiça de Nova York buscando deslocar essas negociações para uma corte americana, país onde a Globopar não tem operações materiais. A Huff fez isso à revelia do comitê da qual faz parte, comitê esse que continua negociando com a empresa em boa fé. Trata-se de uma iniciativa considerada sem mérito legal.
A petição da Huff é a tentativa de um credor isolado de tumultuar o processo de negociação e obter posição de vantagem em relação aos demais credores. Esse estilo de atuação é típico deste vulture fund, que já buscou exercê-lo em situações similares a outros países da América Latina, notadamente no México e na Argentina. O procedimento é conhecido: compram-se títulos no mercado secundário abaixo do valor de face e, através de instrumentos jurídicos ou informais, exercem pressão e chantagem na busca de uma posição privilegiada.
Em 19 de Janeiro nossos advogados entraram na justiça americana com nossa resposta à ação da Huff, mostrando as inúmeras deficiências da petição por eles apresentada. Em 10 de fevereiro, o citado fundo apresentou sua resposta.
A resposta da Huff contém afirmações totalmente falsas e interpretações intencionalmente errôneas dos fatos. Nossos advogados estão analisando cuidadosamente medidas legais a serem executadas contra a Huff para impedir que causem dano à imagem das empresas e de seus acionistas e aos negócios existentes.
Enquanto isso, a Globopar continua e pretende continuar com suas negociações produtivas com os demais credores, de forma a chegarmos rapidamente a uma solução que seja benéfica para todas as partes envolvidas. Não temos a intenção de permitir que ações provocativas irresponsáveis de um credor isolado interrompam ou prejudiquem o processo, colocando em desvantagens outros credores, sejam bancos, fundos ou pequenos investidores que detenham nossos títulos.
As empresas afiliadas à Globopar estão saudáveis, gerando lucros e preparadas para cumprir o pagamento de suas dívidas de forma negociada. Nenhum fornecedor da Globopar ou suas de afiliadas está sendo afetado por esse processo, nem nossos colaboradores e parceiros. Nossos produtos e conteúdos continuam com o elevado nível de qualidade que sempre os caracterizou e a relação com nossos espectadores, leitores e assinantes, mais forte do que nunca, como tem sido amplamente divulgado".

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui