Para Portugal Telecom, além das redes, é preciso desonerar os serviços

A  Portugal Telecom destacou, em apresentação na Futurecom 2011, nesta terça, 13,  as necessidades massivas de investimentos em rede que precisarão ser feitas nos próximos anos no Brasil. “Mas para haver investimento é necessário retorno e previsibilidade regulatória, sem assimetrias, para garantir que empresas como a Oi tenham o apoio de seus acionistas para investir mais”, destacou o presidente da operadora portuguesa, Zeinal Bava.
Bava aponta a necessidade de estímulos para que as operadoras possam investir. No caso de Portugal, onde a Portugal Telecom conseguiu levar a rede de fibra óptica a 85% dos domicílios e ter mais de 90% das ERBs de celular conectadas à rede óptica, os estímulos foram a garantia de que haveria demanda de pequenas e médias empresas, através de estímulos, e uma regulação leve em cima de novas redes. “O governo não exigiu muitas obrigações para as novas redes de fibra, o que tornou o investimento mais viável”, diz ele, explicando que também foi necessário convencer o acionista. “Inicialmente não oferecemos serviços de vídeo sobre a rede de fibra. Começamos com o serviço de TV e só um ano depois começamos a construir a rede óptica. Foi preciso convencer os investidores de que o produto era viável antes de pedir dinheiro para ampliar a infraestrutura”, disse. Atualmente, 55% das receitas da operação fixa da Portugal Telecom já não são do serviço de voz, estão baseadas na rede de dados da tele.
Para o Brasil, além das receitas já adotadas em Portugal, a Portugal Telecom acha que faltam estímulos para criar demanda. “Desonerar as redes é importante, mas é importante desonerar serviços também para que o consumidor possa sentir diretamente esse benefício, nem que seja só em cima dos serviços de banda larga móvel”, disse o presidente da Portugal Telecom.

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