Claro consolida atuação como coprodutora de longas brasileiros e já investiu R$ 76 milhões

Fernando Magalhães, diretor de programação e conteúdo da Claro, esteve no RioMarket nesta quinta, 13, falando sobre as possibilidades de parceria entre o setor de telecomunicações e o audiovisual.

O executivo pontuou que, nesse sentido, a Claro trabalha já há algum tempo nessa colaboração. Isso se dá por três frentes: distribuindo o conteúdo audiovisual por meio dos programadores, distribuindo o conteúdo por meio do TVOD (aqui, ele citou Nirvana Digital, Sofá Digital, Encripta e Comsat como os quatro maiores parceiros nesse ponto), e, mais recentemente, a coprodução de longas-metragens, tanto de ficção quanto documentais, via Artigo 3º. Com a colaboração, a empresa já assina mais de 30 projetos – entre eles, filmes sobre Mamonas Assassinas e Zeca Pagodinho, tendo investido mais de R$ 76 milhões.

Para que um projeto seja avaliado pela Claro, a produtora deve enviar informações como: nome do projeto, breve sinopse, diretor, principais obras do diretor, elenco, produtora, distribuidora, orçamento, pretensão de investimento Artigo 3º, se já possui recursos captados e previsão de filmagem e de estreia. O contato é feito via e-mail: marcos.raimundo@claro.com.br

Critérios de avaliação 

Magalhães contou que, assim que deu início à empreitada, a empresa passou a receber uma "enxurrada" de projetos para analisar – e não tinha equipe para cuidar disso. A partir daí, eles contrataram uma consultoria e, juntos, definiram um conjunto de critérios para fazer essa análise. Existe, então, um questionário que as produtoras interessadas em ter a Claro como coprodutora precisam preencher. Entre os pontos de análise e critérios, estão ciclo do projeto, roteiro/sinopse/diretor, potencial comercial, desempenho artístico, distribuidora (porte/experiência) e participantes. No quesito curadoria, a Claro busca projetos com diversidade ou, ainda, o que chamam de "Imaginário Brasil", com histórias que façam sentido no nosso país. Como exemplo, estão filmes inspirados na obra de Mamonas Assassinas, com produção de Walkiria Barbosa, e "Deixa a vida me levar", sobre Zeca Pagodinho, de Marco Altberg.  

Sobre potencial comercial ou artístico, há espaço para ambos: "Coproduzimos tanto filmes que vão fazer sucesso nos cinemas e performar bem no TVOD quanto aqueles que são mais focados nos festivais e nas premiações", garantiu. Mas quanto mais adiantado estiver o projeto, mais chances tem de conquistar a Claro como coprodutora. 

"As operadoras de telco não podem produzir conteúdo para TV por assinatura tradicional. Por isso os filmes que coproduzimos têm o cinema como primeira e principal janela – isso é fundamental – mesmo que, depois, sejam exibidos na TV. E apesar de sermos coprodutores, nunca pedimos para ler roteiro ou quisemos discutir locações e elenco. O trabalho de produção fica, de fato, com os produtores. Além disso, não exigimos nenhuma contrapartida. Optamos inclusive por não colocar a Claro dentro dos filmes, só há nossa assinatura na coprodução mesmo, como marca. Trabalhamos com um contrato padrão, que é simples, e igual para todos os projetos. O contrato nem prevê uma janela de TVOD – o produtor pode, se quiser, fechar janela de exclusividade com determinado streaming. A decisão é dele", esclareceu. 

Projetos em coprodução  

Já são cerca de 30-40 filmes com coprodução Claro. Há parcerias com Paris Filmes, Paranoid, Elo Company, Imagem Filmes, Mar Filmes, Casa Redonda, Biônica, Canal Brasil, RT Features, Moonshot e Café Royal, entre outras produtoras. Entre os temas, projetos sobre Silvio Santos, Gal Costa, Gilberto Gil, Madame Durocher, Rita Lee e Ayrton Senna, além de Mamonas Assassinas e Zeca Pagodinho, já citados anteriormente. 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui