Diante da complicada situação em que se encontra a Net em função do agressivo mercado acionário, alguns analistas estão relembrando a história da TV Filme, que já foi uma empresa negociada na Nasdaq, mas que acabou sendo "deslistada" por não atingir os requisitos mínimos de negociação.
Hermano Lins de Albuquerque, presidente da ITSA (holding controladora da Mais TV, ex-TV Filme) explica que, por circunstâncias de mercado, sua empresa não conseguiu mais atingir os níveis mínimos e foi obrigada a deixar o balcão eletrônico. Atualmente, em sua avaliação, não é bom negócio manter uma empresa aberta em bolsa. "Não existe mais um volume financeiro disponível que justifique os custos de manter a empresa na Nasdaq". Ele diz que a TV Filme, depois de sair da bolsa eletrônica, só não fechou o capital porque não tinha disponibilidade de recursos para comprar as ações pulverizadas, mas o fará quando for possível. Segundo o executivo, a Nasdaq foi muito generosa com empresas de mercados emergentes e o dinheiro lá levantado financiou o crescimento da TV Filme no final dos anos 90. Atualmente, contudo, esta estratégia não seria repetida.
Net fechada
A hipótese de que a Net poderia fechar seu capital chegou a ser levantada por alguns analistas, mas diversos fatores pesam contra isso: a empresa acabou de assumir compromisso de ser uma empresa Nível 2 na Bovespa; o BNDES não costuma ficar em empresas que não sejam abertas, pois teria a sua saída dificultada; os recursos para a recompra dos papéis, ainda que sejam pequenos hoje, são volumosos para as necessidades atuais da Net; o mercado de capitais, que já hoje não é generoso com a Net (nem com nenhuma empresa brasileira), ficaria ainda mais arredio. Pelo valor de mercado atual, a Net vale pouco menos de R$ 110 milhões, fora a dívida e fora a capitalização de quase R$ 1,2 bilhão que está sendo completada este mês. A área de relações com o mercado da Net foi procurada para comentar estas especulações, mas não retornou as ligações.
