"Incompatível Com a Vida" estreia nos cinema na quinta, 16

Eleito o Melhor Documentário Brasileiro do É Tudo Verdade 2023, o longa "Incompatível Com a Vida" discute o direito de escolha ao aborto no Brasil a partir de experiências de mulheres que interromperam a gravidez ou seguiram a gestação de fetos diagnosticados como incompatíveis com a vida – em todos os casos, as mulheres enfrentaram o luto e a perda de seus filhos. O documentário chamou atenção internacional e foi reeditado como curta-metragem para um artigo de opinião do jornal internacional NY Times, "Dear Supreme Court of Brazil, Use Your Power to Protect Women" ("Querido STF, Use seu poder para proteger as mulheres").

O longa estreia nesta quinta-feira, 16 de novembro nos cinemas de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Fortaleza e Manaus. O filme, escrito e dirigido pela cineasta Eliza Capai é distribuído pela Descoloniza Filmes e tem classificação indicativa de 14 anos.

Nos próximos dias, a obra terá sessões especiais com debate nos seguintes locais:

"Incompatível Com a Vida" inicia em novembro a corrida para a shortlist do Oscar de 2024 com sessão no Hollywood Brazilian Film Festival em Los Angeles e sessão em Nova Iorque. Recentemente, o filme também foi agraciado no Festival de Vitória, com o prêmio de Melhor Contribuição Artística. Quem assina a produção do filme é Mariana Genescá, da tva2.doc.

  • Dia 16/11, às 20h, no Espaço Itaú de Cinema – Shopping Frei Caneca – São Paulo
    Debate sobre aborto mediado por Bárbara Blum, do Grupo Todas da Folha de São Paulo, com Carolina Morais, jornalista da Folha de S. Paulo e co-realizadora do Podcast Caso das 10 mil; além da diretora do filme Eliza Capai; Priscila Romeiro e Tainah Brandão, duas das mulheres que contam, no filme, suas histórias.
  • Dia 17/11, às 20h, no Estação Net Rio – Rio de Janeiro
    Debate sobre luto mediado por Branca Vianna, fundadora e presidente da Rádio Novelo, com a diretora do filme, Eliza Capai, e Isabela Prudente Marques, uma das personagens do documentário
  • Dia 18/11, às 19h30, no Cinema da Fundação – Recife
    Debate sobre aborto e saúde pública mediado pelo coletivo Mulheres no Audiovisual Pernambuco (MAPE), com as participações do Dr. Olímpio Moraes, médico obstetra do Cisam, da diretora do filme Eliza Capai e de Alana Sales, uma das mulheres que contam, no filme, suas histórias.
  • Dia 29/11, às 19h, no Cine Brasília – Brasília
    Debate sobre a ADPF 442 mediado por Luciana Brito, co-diretora da Anis Bioética; com as participações de Deborah Duprat, ex-procuradora geral interina da República/ amicus curiae do IBCCrim; da diretora do filme Eliza Capai e de Priscila Romeiro, uma das personagens documentário.

Um tabu no Brasil e em vários países ainda, há uma grande dificuldade social em lidar com a morte, ainda mais quando se trata de um bebê ou feto. Receber o diagnóstico de que seu bebê não sobreviveria revirou a vida de Eliza Capai, que, além de filmar todo o seu processo de interrupção de gravidez, virando a câmera para si nos momentos mais difíceis de sua vida, também conversou com mulheres que passaram por situações semelhantes. Incompatível com a vida é um filme sobre vida, morte, luto e políticas públicas que afetam as mulheres. O título "incompatível com a vida" é um termo médico para o diagnóstico pré-natal de malformação congênita de um bebê que não sobreviverá fora do útero. E, embora milhares de mulheres tenham abortos espontâneos ou induzidos no Brasil, quase nenhuma delas se sente acolhida para falar sobre. Portanto, na discussão entre interromper ou não a gestação e as políticas públicas que afetam as mulheres, estão mães que lidam com a dor de uma perda gestacional.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o aborto inseguro se caracteriza como um procedimento para interromper uma gravidez indesejada por meninas e mulheres realizado em um ambiente sem condições necessárias e um padrão médico mínimo. Segundo a OMS, cerca de 25 milhões de interrupções inseguras são feitas por ano no mundo, causando a morte de 39 mil mulheres e meninas. No Brasil, o aborto está entre as cinco principais causas de mortalidade materna, responsável por cerca de 5% do total. A legislação brasileira só permite a prática em três casos: gestação decorrente de estupro, anencefalia fetal e quando há risco de vida à mulher ou menina.

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