Em resposta a um grupo de cineastas que questionou a política de investimentos da RioFilme – acusando a empresa estatal de privilegiar o produto comercial sobre o autoral – profissionais e entidades divulgaram documento afirmando apoio à RioFilme e à Prefeitura do Rio de Janeiro.
O documento aponta que a RioFilme é hoje um parceiro forte do setor audiovisual e que investiu, nos últimos cinco anos, mais que nos 16 anos anteriores. "A RioFilme resgatou sua credibilidade e voltou a ser, aos poucos, um diferencial do audiovisual carioca, impulsionando o desenvolvimento do setor como um todo. Em 2012, os filmes realizados por empresas do Rio representaram 58% do total de filmes brasileiros lançados; e 94% da renda e do público do cinema brasileiro", aponta a carta.
Veja o documento na íntegra:
Carta de apoio e valorização da RioFilme e do audiovisual carioca
Os profissionais e entidades abaixo assinados vêm através deste documento afirmar seu apoio público à RioFilme e à Prefeitura do Rio de Janeiro pelo trabalho de estímulo ao desenvolvimento do setor audiovisual realizado na cidade do Rio nos últimos anos. O Sindicato Interestadual da Indústria Audiovisual, a Associação Brasileira de Produtoras Independentes de Televisão, o Sindicato das Empresas de Exibição, a Associação de Distribuidoras Brasileiras, o Sindicato dos Distribuidores do Rio de Janeiro, entre outras entidades, e diversos diretores, produtores, distribuidores, exibidores, técnicos e artistas se juntam aqui para chamar a atenção do conjunto do setor e da sociedade para os ótimos resultados alcançados pelas empresas e profissionais do Rio graças à parceria com a RioFilme – em todos os gêneros, formatos e estilos de conteúdos audiovisuais.
Já vivemos numa cidade em que a RioFilme era um órgão desprestigiado. Não queremos voltar a esse tempo. Hoje, temos na RioFilme um parceiro forte e com grande capacidade de planejamento, de investimento e de diálogo. Queremos continuar assim: gerando empregos e impostos, produzindo cultura, divulgando a imagem da nossa cidade no mundo, e contribuindo para o desenvolvimento do Rio e do audiovisual brasileiro. Avançamos muito recentemente. Não podemos retroceder. Não podemos aceitar que divergências pontuais ponham em risco um trabalho bem-sucedido. E não compactuamos com ataques pessoais, mesquinhos, menores.
A RioFilme foi criada em 1992, após o fim da Embrafilme, e exerceu um papel fundamental na retomada e na consolidação do cinema brasileiro. Em 2008, porém, estava na UTI, respirando por aparelhos, com um investimento de apenas R$ 1,1 milhão. O impacto sobre o setor foi terrível. O cinema carioca perdeu a liderança em número de filmes produzidos e captação de recursos. Em 2009, após um processo de diálogo com entidades representativas, a Prefeitura revitalizou a RioFilme. Em troca, o prefeito Eduardo Paes exigiu da nova direção da empresa e do setor um compromisso com a obtenção de resultados expressivos, em termos econômicos e culturais, para a cidade e para os contribuintes cariocas.
Entre 2009 e 2014, foram investidos R$ 209,4 milhões em 558 projetos de desenvolvimento, produção, distribuição, exibição, infraestrutura, capacitação, eventos e ampliação do acesso, nas áreas de cinema, TV e web. Mais recursos e mais projetos investidos do que nos 16 anos anteriores. Este investimento gerou cerca de R$ 2,2 bilhões em PIB e 32 mil postos de trabalho. Com isso, o Rio se tornou a cidade brasileira que mais investe em audiovisual. E a cidade brasileira onde se fazem mais filmes, mais séries de TV, mais eventos setoriais e mais produções internacionais.
A RioFilme resgatou sua credibilidade e voltou a ser, aos poucos, um diferencial do audiovisual carioca, impulsionando o desenvolvimento do setor como um todo. Em 2012, os filmes realizados por empresas do Rio representaram 58% do total de filmes brasileiros lançados; e 94% da renda e do público do cinema brasileiro. O investimento alcançou os diversos segmentos da atividade, assim como todos os tipos de conteúdos. Não há, atualmente, uma cidade brasileira que invista mais em curtas, documentários, cineclubes, capacitação de jovens e cinemas populares. Não por acaso, outras cidades estão seguindo os passos do Rio e criando empresas de investimento em audiovisual inspiradas no sucesso da RioFilme.
Como a criação da RioFilme, em 1992, também a sua revitalização e os resultados alcançados entre 2009 e 2014 são conquistas do audiovisual carioca, dos milhares de profissionais que vivem desta (e para esta) atividade no Rio. Conquistas que precisam ser valorizadas e celebradas. E, sobretudo, preservadas e ampliadas. É por isso que saudamos o lançamento, durante o Festival do Rio 2014, de cinco novos editais da RioFilme. E que expressamos nossa esperança na continuidade e no aperfeiçoamento da política de audiovisual do Rio, com mais e melhores resultados. O setor precisa se unir para defender suas conquistas, afirmar sua importância econômica, cultural e social, e definir em conjunto, harmonicamente, suas prioridades. O momento é de união, de parceria, de trabalho e de diálogo. Viva a RioFilme e o audiovisual carioca!
Assinaturas de apoio:
- Adriana Dutra (Inffinito)
- Alice de Andrade (Filmes do Serro)
- André Pereira (Lupa Filmes)
- Andrucha Waddington (diretor)
- Anne Pinheiro Guimarães (diretora)
- Antonio Carlos Fontoura (Canto Claro)
- Augusto Casé (Casé Filmes)
- Bianca de Felippes (Gávea Filmes)
- Breno Silveira (diretor)
- Bruno Barreto (LC Barreto)
- Bruno Wainer (Downtown)
- Cacá Diegues (diretor)
- Carlos Eduardo Valinoti (Luz Mágica)
- Carlos Moletta (Ypearts Audiovisual)
- Carolina Jabor (diretora)
- Claudia Furiati (Caribe Produções)
- Claudio Torres (diretor)
- Clélia Bessa (Raccord)
- David Meyer (Radiante Filmes)
- Diego Paiva (MPC e Associados)
- Diler Trindade (Diler)
- Eliana Soárez (produtora)
- Fabiana Nazario (WA Soluções Consultoria Audiovisual)
- Felipe Tavares (Copa Studio)
- Helena Sroulevich (Caribe Produções)
- Iafa Britz (Migdal)
- Ilda Santiago (Festival do Rio / Estação Cinema e Cultura)
- Gilberto Leal (Sindicato das Empresas Exibidoras do Estado do RJ)
- Gil Ribeiro (Conspiração)
- Gláucia Camargos (produtora)
- Isabel Graça (MPC Associados)
- Jorge Peregrino (presidente do Sindicato das Empresas Distribuidoras do Rio de Janeiro)
- Leonardo Edde (Urca Filmes)
- Luana Lobo (Maria Farinha Filmes)
- Lucas Soussumi (produtor de TV)
- Luciana Boal Marinho (MPC filmes)
- Lucy Barreto (LC Barreto)
- Luiz Carlos Barreto (LC Barreto)
- Luiz Leitão (Cara de Cão)
- Malu Miranda (Lupa Filmes)
- Marcelo Santiago (produtor)
- Marco Altberg (produtor e presidente da ABPI-TV)
- Marcos Didonet (Total Filmes)
- Mario Nakamura (Cinerama Brasilis)
- Mariza Leão (Morena Filmes)
- Maurício Farias (Diretor)
- Mauro Garcia (Diretor executivo da ABPI-TV)
- Mini Kerti (diretora)
- Paulo Sérgio Almeida (FilmeB)
- Paula Barreto (LC Barreto)
- Paulo Mendonça (Canal Brasil)
- Paulo Thiago (diretor)
- Pedro Buarque (Conspiração)
- Raymundo Pinto (Rede Cine Show)
- Regina Campos (Na Lage Filmes)
- Ricardo Celes (Grupo Cine Show)
- Roberto Berliner (diretor)
- Roberto Darze (CineStar Especial Laura Alvim e Presidente do Sindicato das Empresas Exibidoras Cinematográficas do Município do Rio de Janeiro)
- Rodolfo Brandão (diretor)
- Rodrigo Letier (TVZero)
- Romulo Marinho (Produtor executivo)
- Sandro Rodrigues (H2O Films)
- Sérgio Rezende (diretor)
- Silvia Rabello (Labo Cine do Brasil e presidente do Sicav)
- Valter de Gaudio (Marcado de Imagens Produções)
- Vicente Amorim (diretor)
- Vilma Lustosa (Total Filmes)
- Walkiria Barbosa (Total Filmes)