Para a data em que é celebrado o Dia dos Povos Originários, 19 de abril, o Canal Brasil preparou uma mostra para fomentar o debate sobre a preservação da memória e das relações de poder entre os órgãos oficiais e as populações nativas do Brasil. A programação especial terá início às 17h desta sexta-feira, com uma edição inédita do "Cinejornal" seguida por um documentário, dois curta-metragens e dois longas de ficção que tratam da temática da causa indígena.
Entre os filmes selecionados estão o longa inédito "A Terra Negra dos Kawa", de Sérgio Andrade, que se passa próximo a Manaus e acompanha uma equipe de cientistas em busca de uma terra fértil para a agricultura. Na trama, eles encontram uma fazenda onde vive o povo Kawa e passam a conviver com eles e com a terra escura da região, que desperta efeitos sobrenaturais nos pesquisadores. Começa um debate ético no qual dois deles, Anita e Juan, interpretados por Mariana Lima e Felipe Rocha, se familiarizam com os habitantes locais e passam a interagir com o povo Kawa. Já Caetano (Marat Descartes) considera aquela terra apenas uma oportunidade lucrativa.
Outra produção inédita é o curta "Vãnh gõ tõ Laklãnõ", dirigido por Barbara Pettres, Flávia Person e pela arqueóloga Walderes Coctá Priprá. O filme traz, através da voz do poeta João Adão Nunc-Nfoônro de Almeida, da professora da língua materna Miriam Vaicá Priprá, do pastor e kujá Cabechuim-lo Camlém, do rapper e estudante de jornalismo Fernando Xokleng e do professor Acir Kaile Priprá uma tentativa de resgate da memória, dos costumes e da história do povo Laklãnõ/Xokleng, do Sul do Brasil.
Também será exibido o documentário de Juliana Curi,"Uýra – A Retomada da Floresta", que acompanha Uýra Sodoma, uma artista indígena trans que viaja pela Floresta Amazônica e, através da arte performática, ensina jovens sobre suas ancestralidades. "Naiá e a Lua", de Leandro Tadashi, é mais um curta que integra a programação. O longa de ficção "Para'Í", dirigido por Vinícius Toro, que traz elementos da cultura guarani e da preservação de seu território pela perspectiva da menina Pará, vivida por Monique Ramos Ara Poty Mattos, completa a lista.
