Esportes garantem o lugar da TV tradicional no hábito de consumo de vídeo

Sem os esportes, talvez a TV aberta e mesmo a TV por assinatura estivessem em maus lençóis. Mas o fato é que as plataformas offline ainda são e seguirão sendo por algum tempo a melhor alternativa para a transmissão de grandes eventos, garantindo um espaço para a TV tradicional no hábito de consumo de vídeo. As plataformas de streaming investem pesadamente na disputa pelos direitos esportivos, mas ainda não dão conta de suprir toda a demanda nos momentos de pico, dividindo a audiência com canais tradicionais que levam o mesmo conteúdo.

O tema pautou alguns paineis do NAB Sow 2013 nesta semana em Las Vegas. Para Stephen Brown, vice-presidente executivo de programação e desenvolvimento da Fox First Run e da Fox Television Stations, a TV precisa se apoiar na programação ao vivo para sobreviver na fragmentação da audiência entre as plataformas. Cabe aos canais tradicionais, diz o executivo, criar a programação que atraia o público, mas tendo o ao vivo como base. Como exemplo, cita a Copa do Mundo: mesmo o público que não tem o hábito do linear busca os canais para ver o conteúdo que quer na plataforma onde ele existe. "Notícias ao vivo, esportes ao vivo, programas de jogos ao vivo, são coisas nas quais precisamos nos apoiar para nos diferenciarmos no mercado", disse o executivo.

"O conteúdo esportivo é um dos poucos gêneros que impedem os espectadores de 'cortar o fio'", disse Elizabeth Parks, presidente e diretora de marketing da Parks Associates, sobre o fenômeno dos cord cutters, que abandonam a TV por assinatura migrando para plataformas online. Segundo ela, no primeiro trimestre de 2022, 40% dos assinantes de TV paga tradicional dos EUA ainda assistiam esportes ao vivo por meio da TV por assinatura.

Parks, no entanto, alerta para o fato de que as plataformas online estão buscando também este momento de consumo de vídeo. Ela menciona os investimentos em transmissões esportivas ao vivo da Apple TV+, Hulu, HBO Max e Amazon. Os dados da Parks Associates apontam que a receita dos pacotes de assinatura de streaming de esportes deve chegar a US$ 22,6 bilhões em 2027 – no ano passado, de acordo com a empresa, o valor foi de US$ 13,1 bilhões.

Consolidação

Elizabeth Parks prevê uma consolidação importante no streaming nos próximos anos. Segundo ela, a consolidação, por enquanto, teve como motor a busca pela rentabilização dos acervos, antes na prateleira para poucas plataformas. Mas, com a disputa pelo assinante, as plataformas terão buscar atender da forma mais completa possível os interesses dos consumidores. "Podemos ver a Amazon, a Disney ou a Apple comprar empresas de entretenimento menores que precisam de uma controladora maior. Essas compras multibilionárias visam claramente minar o domínio da Netflix no negócio SVOD", finaliza.

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