Transamazônica é tema de série documental que estreia na TV Cultura do Pará

A série documental "Transamazônica – Utopias da Selva" terá sua exibição na TV Cultura do Pará nos dias 21 a 24 de abril, às 23h. Assinada por Luiz Arnaldo Campos e produzida pela Floresta Cine Vídeo, a obra contou com recursos da Agência Nacional do Cinema (Ancine), através do Fundo Setorial de Audiovisual (FSA) e do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).

O documentário é uma viagem pelos 2.500 quilômetros entre Estreito-MA e Lábrea-AM, o trecho efetivamente construído pelo regime militar entre os anos 1970 e 1972, quando a Transamazônica era a estrela da propaganda do "Brasil Grande". Já no início do primeiro episódio, o viajante/narrador revela suas intenções: recolher as histórias espalhadas pela estrada e assim traçar um mapa dos sonhos, pesadelos e utopias criadas pela "rodovia da integração nacional".

Cada episódio corresponde a um trecho do percurso. No primeiro, entre Estreito e Marabá, a terra, disputada por latifundiários, posseiros, indígenas, militares e guerrilheiros, é a grande protagonista. O segundo episódio, de Itupiranga a Altamira, aborda as mutações desta terra, onde o futuro prometido pelas agrovilas se decompõe e cidades tragadas pelas águas ressurgem mais adiante. Terra e culturas transformadas pela pata do boi, com histórias de tragédias e mártires como a missionária Dorothy Stang.

No terceiro capítulo, entre Brasil Novo e Rurópolis, é apresentada a luta dos migrantes que foram buscar seu destino a milhares de quilômetros de sua terra natal. Gente que saiu da seca do Piauí ou então de Santa Catarina, falando apenas o alemão, e que construiu seus sonhos no meio das plantações de cacau. No quarto e último episódio, o viajante percorre o trecho pouco frequentado entre Itaituba-PA e Lábrea-AM em meio a povos indígenas devastados pela febre de ouro dos garimpos, até chegar ao ponto onde a rodovia da integração nacional, até hoje inacabada, termina à beira do rio Purus. 

Conduzido por diferentes protagonistas da saga – colonos, indígenas, migrantes e autoridades – o documentário viaja entre memórias, o tempo presente a abordagens do futuro. "A paisagem desafiadora – e também deslumbrante – é interligada por uma narrativa poética que busca inventariar o nascimento, a destruição e a transformação das diversas utopias de múltiplos personagens que tornaram possível uma aventura tão fascinante", pontua o diretor Luiz Arnaldo.

Para a produção, foram realizadas duas viagens pela rodovia e suas vicinais – uma de pré-produção, que durou um mês, para fazer o mapeamento de histórias e levantar questões gerais de infraestrutura, e outra de 35 dias, para rodar a série. Apesar da obra contar com 60 depoimentos, foram gravadas mais de 170 entrevistas.

Cerca de 30 profissionais trabalharam diretamente na produção, sendo que mais de dois terços da equipe era formada por mão de obra paraense.

1 COMENTÁRIO

  1. Luiz Arnaldo o homem que não só é excelente contador de histórias como é um brasileiro imprescindível na luta de preservar a história de nosso povo. Com essa bagagem assume o compromisso de Fazer História.

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