Raccord inicia filmagem do primeiro longa infantil nacional em 3D

A cineasta Rosane Svartman começou a rodar o que será o primeiro longa-metragem infantil filmado em 3D do Brasil. "Pluft", adaptação para o cinema da clássica peça de teatro escrita por Maria Clara Machado em 1955, tem produção da Raccord Filmes, coprodução da Globo Filmes e distribuição da Downtown e da Paris Filmes. Rosane Svartman assina também o roteiro, junto com Cacá Mourthé e José Lavigne, que trabalharam por muitos anos com Maria Clara Machado no Teatro Tablado, no Rio.

"Pluft" mostra a inesperada amizade entre o fantasma (Cleber Salgado) que morre de medo de gente e a menina Maribel (Lola Belli). Ela é sequestrada pelo pirata Perna de Pau (Juliano Cazarré), que quer usá-la para achar o tesouro deixado pelo seu avô, o falecido Capitão Bonança Arco-íris. Na casa abandonada onde o velho morou, Maribel espera pela ajuda dos marinheiros Sebastião (Arthur Aguiar), João (Lucas Salles) e Juliano (Hugo Germano), muito amigos do velho capitão, que saem em uma atrapalhada busca pela garota. Eles não chegam nunca e ela acaba conhecendo Pluft e sua família. O ator Gregório Duvivier faz uma participação especial como o apresentador de um show na taverna dos piratas.

"Pluft" será rodado em duas etapas: quatro semanas agora e outras quatro em abril de 2017. Nessa primeira fase, as locações são Sibaúma, praia deserta no distrito de Tibaú do Sul, no Rio Grande do Norte; e no Rio de Janeiro o colégio Sagrado Coração de Maria, em Copacabana; e o Polo Rio Cine Vídeo. No texto, a casa onde mora Pluft fica numa praia longe, perdida, de areia branca, mar verde. Na segunda etapa de filmagens, a produção será dedicada às cenas com os fantasmas e efeitos especiais.

A trilha sonora original do filme é de Tim Rescala e vai contar com interpretações de Roberto Frejat, Simone Mazzer e do coro infantil da UFRJ, acompanhados de piano, violinos, flautas, contrabaixos, percussão, bateria e trompete. "Pluft" tem lançamento previsto para o verão de 2018.

Segundo a produtora Clélia Bessa, sócia da Raccord, para ser competitivo num cenário dominado pelos filmes infantis dos grandes estúdios, é importante "que tenha uma cereja", que, nesse caso, é o 3D. Segundo ela, esse foi um dos maiores desafios que a produtora já teve. O longa tem um orçamento previsto de aproximadamente R$ 10 milhões, o que é uma fração dos filmes em 3D produzidos fora do país. "Por aqui, pouquíssima gente que lida com isso (o 3D), deve ser 'meia dúzia de três'", brinca. "Além da nossa própria ignorância no assunto. Não temos como investir tanto em efeitos digitais, então recorremos a melieres para fazer o mundo fantasma", diz, referindo-se ao ilusionista francês Marie-Georges-Jean Méliès.

Técnica

Com consultoria do engenheiro José Dias, da TV Globo, o filme exigiu uma preparação muito grande, que levou dois anos. "Não adianta só ter consultor, tem que ter equipe que entende dessa produção. Estamos fazendo testes regulares, trimestrais, e reuniões com muita frequência. A lição de casa foi intensa", explica a produtora. "Somos aventureiros, mas não irresponsáveis", completa Clélia.

A primeira etapa das filmagens acontecem  no que Clélia chama de "mundo seco". O grande problema vem na filmagem do mundo fantasma, que, para dar o efeito desejado, será filmado debaixo d'água. "Nós estamos adotando tudo o que dizem que é mais difícil em cinema: elenco infantil, filmagem submarina e 3D", diz.

A primeira etapa será montada, para depois filmas o "mundo fantasma". "Estamos com storyboard completa, com animatic e áudio já valendo. Não dá para inventar muito na hora. É um filme de preparação".

Mercado

Segundo Clélia, a produtora está buscando parceiros internacional, na coprodução e pré-venda. "É uma história já testada lá fora. É o grande ativo do filme", diz. A peça, além de ser a infantil mais montada no Brasil, é a peça brasileira mais montada no exterior.

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