Echostar é proibida de transmitir sinal das emissoras locais

A Suprema Corte dos EUA soltou uma decisão definitiva esta semana dizendo que a operadora de DTH Echostar não poderá distribuir os sinais locais das emissoras abertas de TV em seu sistema nacional. A decisão é a mais recente, mas não será a última, de uma longa batalha sobre a preservação dos sinais dos broadcasters locais frente a um número crescente de serviços de distribuição nacional de sinais.
A Echostar vem transmitindo via satélite para todo o território americano os sinais dos broadcasters locais de várias praças importantes, como Nova York. As emissoras locais de outras localidades argumentam que isto é injusto, porque elas assinaram acordos de exclusividade para a transmissão local de programas que também são exibidos pela emissora de Nova York.
O argumento lembra batalhas semelhantes que aconteceram nos anos 70, quando, inicialmente por microondas e depois por satélite, as operadoras de cabo começaram a "importar" os então chamados "sinais distantes" para seus mercados locais, competindo em audiência e publicidade com os operadores locais. Dentre estes "sinais distantes" estavam a WGN, que transmitia os jogos do time de baseball Chicago Cubs, e a WTBS, que tinha os jogos do Atlanta Braves.
Em uma intrincada série de decisões, o governo federal decidiu que as operadoras de cabo poderiam trazer os "sinais distantes" desde que esses sinais não duplicassem a programação transmitida pelos broadcasters locais. O resultado foi um sistema em que, nos momentos em a programação do sinal de outra praça era igual à programação local, a operadora de cabo deixava uma tela preta no lugar do canal distante.
Com o tempo, as emissoras das grandes praças, como a WTBS, descobriram que era mais negócio transmitir apenas programas exclusivos, e não duplicar programação que já existia nos canais locais.
Mas o assunto voltou à tona com a decisão da Echostar de distribuir alguns sinais locais nacionalmente, uma jogada que a decisão da Suprema Corte agora bloqueia.
A grande questão continua: o que acontecerá aos broadcasters locais quando, por exemplo, os espectadores puderem assistir a qualquer canal do país ou do mundo via Internet? Pode ser que quando isso aconteça, nem mesmo uma montanha de decisões da Suprema Corte seja capaz de salvar as emissoras locais.

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