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Primeira edição do Festival Imersivo das Favelas (FIF) está com as inscrições abertas

A primeira edição do Festival Imersivo das Favelas está confirmada, em formato online e gratuito, para os dias 27, 28 e 29 de agosto. A edição pioneira do Festival tem como objetivo amplificar vozes de artistas e VR filmmakers negros e indígenas de periferias e zonas rurais de todo o Brasil. Durante todo o evento, a proposta é potencializar a atuação desses jovens que trabalham com tecnologias sociais, ancestrais, low tech e high tech a partir das artes visuais e mídias imersivas. 

A chamada para submissão dos projetos começa nesta sexta-feira, dia 23 de julho, e deve ser feita pelo Google Formulário. Para participar, os jovens devem ter de 17 a 30 anos e estarem desenvolvendo trabalhos contemporâneos que remixam artes visuais e tecnologias imersivas, como projeção mapeada, 360º, 3D, programação, animação ou games, levando em consideração a estética afrofuturista. Podem se inscrever artistas de todas as regiões do país, desde que sejam indígenas ou negros, e moradores de periferias e zonas rurais. O evento será aberto ao público em geral, sem necessidade de inscrição prévia e submissão de projetos. 

“Queremos a participação de jovens artistas que trabalham com cinema, música ou tecnologia. Eles podem ter feito faculdade, curso técnico ou aprendido a mexer com tecnologia e artes por serem curiosos. Também são bem-vindos aqueles que já tentaram participar ou participaram de algum projeto da Lei Aldir Blanc e queiram mostrar seu trabalho para o mundo”, afirma João Inada, criador do documentário “Na Pele VR” e fundador do coletivo Sete Léguas.

Em sua edição de estreia, o FIF terá como obra principal a experiência “Na Pele VR”, primeiro documentário em realidade virtual interativo produzido no Complexo do Alemão, que estreou no IDFA – Doc lab Competition for Digital Storytelling 2020 e teve apresentação ilustre no festival South by Southwest, em Austin, no Texas. Com produção e estética afrofuturista da produtora Sete Léguas, em parceria com a escola GatoMÍDIA e Coletivo Papo Reto, os participantes poderão acompanhar talk shows e workshops ao vivo para aprender sobre as diferentes vertentes da realidade virtual, através de uma plataforma digital em 3D e 360° que simula o contato presencial. 

“A ideia após a criação do ‘Na Pele VR’ era fazer uma grande aparição no Brasil para chamar outros jovens negros e indígenas de periferias a apresentarem suas produções visuais imersivas. Nós queremos ser um canal para abrir portas para esses artistas que são capazes de transformar a sociedade a partir de suas vivências e projetos”, explica a fundadora da GatoMÍDIA, Thamyra Thâmara. 

O evento tem apoio da Fundação Heinrich Böll Brasil e da FordFoudation, que desde o desenvolvimento do documentário no Morro do Alemão ajudam a financiar projetos que saem das periferias. Para complementar a experiência dos participantes, grandes personalidades engajadas em causas sociais confirmaram presença. Entre eles, o DJ Rennan da Penha e o criador da Batekoo Brasil, Mauricio Sacramento. Além disso, também integram o FIF Nina da Hora, referência do afrofuturismo; a ativista e comunicadora indígena Alice Pataxó e curadores de arte e designers da África do Sul e Senegal, como Dan Minkar e Thokozani Madonsela, entre outros convidados. 

Em uma das mesas do festival, intitulada “Favela AGORA”, Rennan da Penha, Alice Pataxó e Raull Santiago, junto à multiartista e fundadora do Afrofunk Rio, Taisa Machado, e à comunicadora e ativista Tiê, vão debater as possibilidades de desenvolvimento da arte a partir das novas tecnologias e os alcances globais que elas têm. 

“O time de apoiadores tem o propósito de inspirar, neste período de pandemia, jovens artistas e ajudá-los a realizar sonhos. Nadando contra as perspectivas de vida que apontam aos favelados, queremos dar oportunidades a adolescentes e adultos que têm medo da violência policial, de não conseguirem ajudar a família e de não poderem se sentir realizados com as coisas que gostam de fazer”, conclui Raull Santiago, fundador do Coletivo Papo Reto, que atua no Complexo do Alemão e é um dos idealizadores do FIF. 

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