Poluição urbana é a temática central da segunda temporada de "Aruanas"

Luiza (Leandra Leal) e Natalie (Débora Falabella)

No Brasil, de acordo a ONU, 76% da população vive em grandes metrópoles e é exposta, sem o seu consentimento, a uma quantidade inimaginável de poluentes. Se considerarmos a população mundial, esse percentual sobe para 92%, segundo a Organização Mundial de Saúde. Apesar do risco, nossas vidas parecem seguir normalmente, afinal, há anos se debate sobre os efeitos da poluição atmosférica sem uma solução definitiva. A luta pelo direito fundamental de respirar um ar puro parece cotidiana e fruto de uma causa perdida, mas não para todos. Para as ativistas da fictícia ONG Aruana, essa é uma guerra que não chegou ao fim. Se na primeira temporada de "Aruanas" Natalie (Débora Falabella), Luiza (Leandra Leal), Verônica (Taís Araújo) e Clara (Thainá Duarte) foram apresentadas ao público no combate contra crimes ambientais que aconteciam na Amazônia, nesta segunda leva de episódios do original Globoplay, que estreia dia 25 de novembro na plataforma, o quarteto volta em uma nova configuração, enfrentando outros grandes e importantes obstáculos, que impactam diretamente a vida de todo o planeta. O desafio agora é contra uma epidemia silenciosa, que faz milhares de vítimas precoces ao redor do mundo e custa bilhões a economias internacionais: a poluição urbana.  

"Acertamos na primeira temporada ao falar de Amazônia. Quando a série veio para o streaming, o tema estava no auge. Tratar do assunto facilitou seu entendimento pela população brasileira. Não melhoramos em nada nas políticas públicas em prol da Amazônia, mas uma pesquisa recente identificou que 87% da população brasileira está preocupada com o meio ambiente. Esse é um grande começo. É importante quando as informações chegam na base da sociedade. A pauta da Amazônia é totalmente atual, mais do que nunca. Agora, a segunda temporada vem tratar sobre um tema que foi muito falado na última Cop, que é a poluição por combustíveis fósseis", apresentou Marcos Nisti, um dos criadores da série, em coletiva de imprensa virtual para o lançamento da segunda temporada. 

"Acredito que o cerne da produtora, a Maria Farinha Filmes, seja justamente esse: criar narrativas que possam avançar o pensamento de como queremos estar no mundo. 'Aruanas' é fruto disso. A primeira temporada foi muito bem sucedida e esperamos que aconteça o mesmo com a segunda. Com o projeto, falamos de coisas nas quais a gente acredita e queremos concretizar as pessoas do que podemos fazer diferente. Tem muita coisa que pode ser feita no dia a dia – o uso consciente da água, o cuidado com o lixo. Isso só não basta, claro, precisamos de um movimento maior que envolva instituições e governo. Mas se cada um fizer um pouco, faremos diferença. Tenho muito orgulho de fazer parte desse projeto", complementou a atriz Camila Pitanga. 

A história de "Aruanas" agora se passa em uma pequena cidade fictícia e ganha novos personagens. Entre eles, o prefeito Enzo, interpretado por Lázaro Ramos, e Théo, o novo investidor e presidente do conselho da ONG, vivido por Daniel de Oliveira. Camila Pitanga volta como a vilã Olga. Também estão no elenco da segunda temporada nomes como Lima Duarte e o astro internacional Joaquim de Almeida.

Gravações em meio à pandemia

As filmagens da segunda temporada de "Aruanas" foram paralisadas com a chegada da pandemia e retomadas algum tempo depois. "Foi um período bem delicado. Paramos o processo no meio, com um cronograma de filmagens já todo planejado. Ao mesmo tempo, foi bom porque conseguirmos revisitar o roteiro e aprofundar alguns temas. Decidimos tensionar mais, trazer mais drama. E conseguimos casar com a realidade. Foi positivo esse tempo a mais de dedicação ao roteiro", contou Estela Renner, também criadora e roteirista da série. 

"Nunca senti tanto peso e responsabilidade nas minhas coisas. Era uma preocupação enorme com a segurança de toda a equipe e elenco. Foi um enorme desafio. As gravações rodaram cinco cidades, contaram com mais de 100 locações. Então foi um processo muito cuidadoso. A Globo nos ajudou muito com esse aporte para realizarmos durante a pandemia", acrescentou o diretor artístico, André Felipe Binder. 

O diretor também adiantou o que o público pode esperar da nova temporada: "A série é um thriller ambiental, uma coisa nova aqui no Brasil, e que agora aborda o quanto é difícil brigar com a indústria de combustível fóssil. O grande ganho da temporada são as relações humanas. A história mostra, além de ativistas, pessoas com quem a gente se identifica, que têm fraquezas e fragilidades. Isso vem muito forte nos novos episódios. Não tem nenhum personagem de uma dimensão só. Entramos muito a fundo na intimidade das protagonistas e dos novos personagens". 

Gancho para uma nova temporada 

Renner e Nisti falaram sobre a escolha de, nesta temporada, não ter voltado a filmar na Amazônia. "Criamos a série para trazer à tona causas urgentes e o que não faltam hoje são causas urgentes, como poluição de rios, ar, mar, solo. Era uma coisa meio 'fominha', queríamos falar de Amazônia, depois de ar, de combustíveis fósseis… Que, para nós, era o tema que estava gritando. Foi uma decisão tomada a partir das nossas aflições mesmo", disse Renner. "Amamos filmar na Amazônia e devemos voltar pra lá no futuro. Nosso objetivo é cruzar os temas. Ao final da segunda temporada tem uma deixa para a Amazônia", revelou Nisti. 

"Aruanas" é um original Globoplay, desenvolvida pelos Estúdios Globo, em coprodução com a Maria Farinha Filmes. A segunda temporada da série é criada por Estela Renner e Marcos Nisti, escrita por Estela Renner, Marcos Nisti e Carolina Kotscho. A obra tem direção artística de André Felipe Binder e direção de Mariana Richard. A produção é de Isabela Bellenzani (TV Globo) e Mariana Oliva (Maria Farinha). A direção de gênero é de José Luiz Villamarim.

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