Telecine debate o papel da indústria cinematográfica

O cinema está presente na vida dos brasileiros desde 1896, quando ocorreu a primeira exibição cinematográfica do país. Um ano depois foi aberta a primeira sala de cinema do país e daí para frente foi uma história que mistura crescimento e novas experiências, tanto para o espectador quanto para quem produzia. A Plataforma Gente traz um resgate dessa trajetória com três materiais, de autoria do Telecine, que se complementam: A relação dos brasileiros com o cinema: entre a bilheteria e o sofá da sala; Cinema LGBTQIA+: cultura, orgulho e representatividade e Elas, o cinema e o mundo. 

Impacto da pandemia

Muitos foram os mercados que sofreram com os efeitos negativos da pandemia. E a indústria cinematográfica é mais uma delas. Em todo o mundo as salas de cinema foram fechadas, a bilheteria despencou e ainda tiveram que lidar com o boom dos serviços de streaming. De acordo com o Anuário Estatístico do Cinema Brasileiro 2019, no Brasil pré-coronavírus, mais de 176 milhões foram aos cinemas em 2019, 444 filmes foram lançados (destes, 167 foram nacionais) e a arrecadação chegou a aproximadamente R$2,8 bilhões (a maior dos últimos 17 anos). Com a pandemia, a venda de ingressos caiu 71%, o que gerou uma receita de US$ 12,4 bilhões. E para driblar a crise as salas de cinema tiveram que se reinventar. Na Coreia do Sul, por exemplo, a rede CGV passou a alugar suas salas para gamers. Aqui no Brasil, Cinemark e UCI chegaram a exibir filmes para até 20 pessoas, com ingressos que chegam a R$600.

Cinema LGBTQIA+ e pertencimento 

No cenário geral, a presença de personagens gays, lésbicas ou travestis, por exemplo, fica em um segundo plano, sem grande protagonismo para a trama. Isso quando não ajudam a reforçar estereótipos e preconceitos. Contudo, no material produzido pelo canal Telecine, e disponível na Plataforma Gente no começo de maio, é possível ver um apanhado de filmes que rompem com esse paradigma e focam na representatividade e retratam a vida, as dores e os amores da comunidade LGBTQI+. Nos clássicos listados – que passam por  "Você nem Imagina" (2020), "Carol" (2015), "Flores Raras" (2013), "Hoje eu quero voltar sozinho" (2014), "Paraísos Artificiais" (2010), "How To Get Away With Murder" (2014-2020), "Bixa Travesti" (2019), "Divinas Divas" (2016) – é possível fazer com o que o espectador se reconheça na tela.

 Mulheres no cinema 

Esse material, assinado por Globo, retrata como as mulheres estão presentes na história do cinema – na frente ou atrás das câmeras – lutando contra o machismo, sexismo, a falta de oportunidades, o assédio e as sabotagens da indústria cinematográfica e ainda com uma pequena representatividade, seja no Brasil ou em outros países. É possível ver isso nas grandes premiações como o Oscar, por exemplo, que em 92 edições apenas sete mulheres foram indicadas ao prêmio de melhor direção e só duas venceram. Em 2009, Kathryn Bigelow ganhou com o longa "Guerra ao Terror" (2009) e, neste ano a cineasta chinesa Chloé Zhao foi premiada com o aclamado "Nomadland" (2020).

E fazendo o recorte racial, somente 14 mulheres negras foram indicadas ao prêmio de melhor atriz e só Halle Berry venceu a categoria, em 2002, interrompendo um hiato de mais de 60 anos, quando Hattie McDaniel venceu com melhor atuação.

Mesmo com as tentativas de invisibilidade, o estudo "Elas, o cinema e o mundo" produziu uma lista de mulheres que fizeram e fazem história no cinema. Seja na direção, roteiro, produção, gravando ou representando papéis, elas impactam a cinematografia e seguem revolucionando.

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