"O Tempo que Resta" é destaque na faixa especial de documentários da GloboNews

Osvalinda Marcelino Pereira é uma das protagonistas de “O Tempo que Resta” (Foto: Globo/Divulgação)

Duas mulheres da Amazônia brasileira, duas histórias de resistência contra a mineração, o agronegócio e as milícias madeireiras. Juradas de morte, Maria Ivete Bastos e Osvalinda Marcelino Pereira têm suas vidas retratadas no documentário "O Tempo que Resta", que será exibido pela GloboNews no próximo domingo, dia 29 de janeiro, às 23h. Inédito na televisão, o longa-metragem é uma coprodução com a Globo Filmes e tem direção de Thais Borges.

No filme, a história das duas corre em paralelo. Osvalinda vive no Projeto de Assentamento Areia, no sudoeste do Pará, uma região cobiçada por madeireiros ilegais. À frente de uma associação de mulheres, ela atraiu a ira das milícias madeireiras ao tentar regularizar a situação fundiária do assentamento onde vive e criar alternativa de trabalho e renda para os agricultores então submetidos a condições análogas à de escravos na extração de madeira.  

Já Maria Ivete vem denunciando grileiros, que se apossam ilegalmente de terras públicas e expulsam comunidades inteiras mediante ameaças e queimas de casas. Ribeirinha da comunidade de Carariacá, ela preside o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santarém e tem também um histórico de luta contra a mineração em territórios tradicionalmente ocupados no oeste do Pará.

As duas vivem histórias parecidas: têm a mesma idade, são casadas há mais de 30 anos, enfrentam sérios problemas de saúde e passaram pela experiência de terem filhos desaparecidos por anos. Outro paralelo em suas trajetórias é o reconhecimento internacional pela luta em defesa dos povos da floresta: Maria Ivete ganhou o Prêmio Mahatma Ghandi em 2006, e Osvalinda recebeu o Prêmio Edelstam de direitos humanos em 2020.

Apesar de retratar trajetórias de militância, "O Tempo que Resta" adota uma abordagem intimista, em que estão em primeiro plano o trabalho na terra, as construções afetivas, os espaços abertos para o sonho e para o riso no cotidiano de Maria Ivete e Osvalinda. É esse conjunto de momentos que vai compondo o ideal que as protagonistas perseguem, e as razões pelas quais ousam desafiar a morte.

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