Nos EUA, 10% dos usuários Netflix ainda emprestam a assinatura de outra pessoa

"Pedido Irlandês" é um dos filmes em alta no momento na Netflix (Foto: Reprodução)

Já faz quase um ano que a Netflix passou a adotar medidas contra o compartilhamento de senhas por usuários da plataforma. Desde maio de 2023, assinantes que desejam compartilhar a conta com alguém que não more na mesma residência devem incluir um "assinante extra" em seus perfis – no Brasil, o valor é de R$ 12,90 por pessoa de fora do mesmo endereço. 

Nos Estados Unidos, a consultoria de mídia Leichtman Research Group (LRG) analisou mais de 2500 domicílios e concluiu que 10% dos usuários da Netflix ainda pedem emprestada a senha de outra pessoa. A comparação com os outros anos, segundo dados do próprio LRG, permite concluir que o trabalho da Netflix nesse sentido está funcionando: em 2022, 15% dos usuários da plataforma pediam emprestada a senha de outra pessoa; em 2020, a taxa era de 14% e, em 2018, 16%. Os dados devem impulsionar ainda mais o mesmo movimento em outras plataformas. Disney+ e a Max são exemplos de serviços que já anunciaram a adoção de medidas nesse caminho para um período próximo.

A Netflix tem 260 milhões de usuários pagos globais – o que significa que 26 milhões de usuários ainda não estão sendo monetizados. Nos EUA, a taxa do "assinante extra" custa US$ 7,99 ao mês. Ou seja, uma receita de mais de US$ 200 milhões não estaria sendo cobrada, de acordo com as informações do estudo da LRG. 

A medida chamada de "compartilhamento pago" da Netflix começou como um teste na América Latina antes de migrar para o Canadá. Posteriormente, foi lançado nos EUA e em mais de 100 outros países. A carta da Netflix enviada aos acionistas em janeiro de 2024 dizia, entre outras coisas, que o "saudável crescimento de receita reflete os benefícios do compartilhamento pago". Vale mencionar que o lançamento dos planos de preços mais baixos, que incluem publicidade, disponíveis desde outubro de 2022, também foi responsável pelo aumento da receita. Globalmente, a plataforma já ultrapassou 23 milhões de usuários ativos mensais com a modalidade. 

Compartilhamento de senhas ainda prevalece

Nos Estados Unidos, 88% dos lares têm pelo menos uma assinatura de serviço de streaming e 53% possuem quatro ou mais. A LRG identificou ainda que 73% de todos os serviços de assinatura de streaming são totalmente pagos e não são compartilhados com pessoas de fora da residência. Dos 27% restantes, 4% são de plataformas que são "brindes", isto é, são disponibilizadas aos usuários via empacotamento com algum outro serviço; 11% são usados e pagos, mas compartilhados com alguém de fora; 10% são usados dentro de uma residência, mas com senha emprestada de outro lar; e 2% são usados por múltiplas famílias, que dividem os custos. 

"O compartilhamento de senhas continua prevalecendo em toda a indústria de streaming de vídeo, apesar dos recentes esforços para limitá-lo. O estudo descobriu que 10% de todos os serviços são emprestados de outra pessoa. No geral, 20% das famílias têm pelo menos um serviço pago por outra residência", destacou Bruce Leichtman, presidente e analista principal do Leichtman Research Group, em comunicado oficial. 

Os dados da consultoria também trazem informações interessantes referentes às faixas-etárias: entre os consumidores de 18 a 34 anos, 17% de todos os serviços de streaming utilizados são totalmente pagos por outra pessoa; entre as idades de 35 anos ou mais, o número cai para 7%. Entre adultos com idades de 18 a 44 anos, o número médio de serviços assinados é 5,1; entre a faixa de 45 a 54, são em média quatro serviços; e acima dos 55 anos, uma média de 2,8. 

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