Em cartaz por mais de uma década e vencedora dos prêmios Shell e Qualidade Brasil, a peça "Aldeotas", de Gero Camilo, ganha uma releitura cinematográfica com direção e roteiro assinados pelo próprio ator. A produção é da Gullane em coprodução com Nip e Macaúba Produções. A estreia nos cinemas, também com distribuição da Gullane, está marcada para o dia 3 de novembro.
"Esse é um filme autoral, que fala sobre amizade e memória com uma delicadeza imensa! Trazer para as telonas essa peça de grande sucesso, com direção do Gero Camilo foi um grande presente para Gullane", comenta o produtor Fabiano Gullane.
A narrativa acompanha dois amigos, o poeta Levi (Gero) e Elias (Marat), que se conhecem desde a infância, mas acabam se separando por 17 anos, quando primeiro resolve ir embora da pequena cidade conservadora onde moram para viver uma vida mais livre num grande centro urbano. A ideia era fugirem juntos, mas seu amigo acabou desistindo. Eles irão se encontrar apenas quando Levi volta à cidade para o velório de seu amigo.
Com uma linguagem poética, o filme, rodado num galpão no bairro da Mooca (SP), investiga os caminhos da memória, amizade, do desejo, das forças repressoras e do anseio de liberdade por meio da longa amizade de Levi e Elias.
Amigos de longa data e experientes no audiovisual e teatro, Gero e Marat ainda não haviam contracenado no cinema. "A partir do nosso reencontro em cena, naturalmente veio tudo à tona, toda história e relação dos personagens. Só foi necessário dosar a energia a e interpretação para caber no formato do cinema", explica Marat.
Gero conta que quando filmou "Chamas da Vingança", de Tony Scott, no México, comprou sua primeira câmera digital. Ao voltar para o Brasil, montou um grupo de cinema com Marat Descartes, Paula Cohen, Gustavo Machado e Gu Ramalho, entre outros amigos."Formamos a Fuleragem Filmes. Filmamos dois curtas e um média-metragem dos quais dois deles eu dirigi. 'Aldeotas' vem para reiniciar essa nova fase de direção".
Tanto Gero como Marat não veem o filme como uma simples adaptação do texto original da peça. "Determinadas obras nos tiram o fôlego ou nos alcançam silêncios conduzidos por atores, que construindo narrativas com as quais nos identificamos, alcançam o nosso imaginário capaz de nos transportar pro absurdo, pro surreal do cotidiano", explica o ator diretor e roteirista.