A Globo divulgou nesta quinta, 26, seus resultados financeiros referentes ao ano de 2023. O grupo registrou faturamento estável entre 2022 e 2023, com receita líquida de R$ 15,13 bilhões em 2023, contra R$ 15,12 bilhões em 2022. Houve, contudo, uma piora no resultado operacional líquido para R$ 597 milhões, contra R$ 896 milhões no ano de 2022, o que, somado a uma redução nos ganhos financeiros, levou a uma consequente redução no lucro anual da empresa: lucro de R$ 838 milhões em 2023, contra um lucro de R$ 1,2 bilhão em 2022.
Nota-se nos números da Globo um esforço de redução de custos, que ficaram em R$ 10,9 bilhões em 2023, contra R$ 12,2 bilhões em 2022, mas com resultados significativamente piores em investimentos, o lucro foi afetado. O dado não consta em balanço, mas a Globo anunciou que em 2024 deve manter o patamar de investimentos em R$ 5 bilhões em conteúdo e tecnologia.
Em entrevista ao jornal Valor, o diretor das áreas de finanças, infraestrutura, jurídico, produtos digitais e canais pagos da Globo, Manuel Belmar, explica as diferenças no resultado operacional líquido e na redução de custos entre 2022 e 2023. Enquanto resultado operacional de 2022 foi positivamente impactado por receitas não recorrentes, como a venda gravadora Som Livre, concluída em abril daquele ano, o caixa de 2023 sofreu com a aquisição de participação na Eletromídia, que custou à Globo R$ 600 milhões. Já em relação aos custos, em 2023 não houve pagamentos de grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo no ano anterior.
Em 2023, a Globo viu a histórica relação de 60% de publicidade e 40% de conteúdo de sua receita total variar. Houve um leve aumento no faturamento com publicidade, mas pesou mais nessa variação a tendência de queda em assinaturas na TV por assinatura, o que é mitigado, mas não compensado, pelas assinaturas do streaming. Com isso, da receita total da Globo no ano passado, a publicidade respondeu por 63%, enquanto o conteúdo contribuiu com 37%.
A empresa consumiu caixa em 2023, chegando ao final do período com R$ 1,430 bilhão em caixa, contra R$ 3,118 bilhões no ano anterior. Mas continua com uma posição confortável de ativos na forma de títulos e valores mobiliários, de R$ 12,6 bilhões, contra R$ 11,5 bilhões no ano anterior.