Durante a apresentação da programação 2008 da TV Cultura nesta terça, 29, Cícero Feltrin, diretor de marketing da emissora, falou sobre a idéia de eliminar os comerciais da programação infantil, substituindo-os, ainda neste ano, por programetes educativos e de prestação de serviços dos anunciantes. "Precisamos do investimento publicitário, mas, ao mesmo tempo, temos que zelar pela nossa proposta de educação e cultura. Entendemos que a sociedade está mudando e a propaganda tem que mudar também", afirma o diretor, que também apresentou a nova assinatura institucional da emissora: "A TV que faz bem".
De acordo com Feltrin, a TV Cultura já tem experiências bem-sucedidas com programetes educativos na programação infantil com patrocinadores como Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) e a Porto Seguro, que fizeram filmes que ensinam às crianças noções de química e educação no trânsito, respectivamente. Para o diretor de marketing, a eliminação dos comerciais da programação infantil seria viável financeiramente porque a TV Cultura não depende exclusivamente do mercado publicitário. Além disso, existe uma área de desenvolvimento de projetos, associada ao marketing e captação de recursos, que faz propostas aos anunciantes, de acordo com as premissas da TV Cultura, já conhecidas do mercado publicitário. "Em quatro anos de atuação, esta área já aumentou em 300% a captação de recursos", observa Feltrin.
Orçamento
Paulo Markun, presidente da Fundação Padre Anchieta, que está no Canadá e participou por teleconferência da apresentação, disse que o orçamento da TV Cultura para 2008 é de aproximadamente R$ 200 milhões. Deste total, 38% vem do Estado e o restante é captado no mercado publicitário e prestação de serviços a instituições como Assembléia Legislativa e Tribunal Superior Eleitoral. "O nosso esforço maior de captação de recursos para aumento do orçamento para os próximos anos é em relação à prestação de serviços", afirmou.
