"Pacarrete" leva oito troféus no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro

Troféu Grande Otelo 2021 (foto de Nadja Kouchi)

Neste domingo, 28, foram anunciados os vencedores do 20º Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, maior premiação do setor audiovisual no País. O filme mais premiado foi "Pacarrete", de Allan Deberton, em seu longa de estreia como diretor, com oito troféus Grande Otelo, incluindo o de Melhor Filme do Júri Popular. "A Febre", de Maya Da-Rin, ganhou o prêmio de Melhor Longa-Metragem de Ficção, e, nas categorias Melhor Atriz e Melhor Ator, quem levou os troféus foram Marcélia Cartaxo e Marcos Palmeira, por "Pacarrete" e "Boca de Ouro".

Por conta da pandemia, a cerimônia – que é realizada anualmente pela Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais – aconteceu de forma remota pelo segundo ano consecutivo, com apresentação das jornalistas Adriana Couto e Renata Boldrini, com transmissão dos estúdios da TV Cultura, em São Paulo. O grande homenageado da noite foi Ruy Guerra, cineasta, poeta e compositor moçambicano radicado no Brasil, que completou 90 anos em 2021.

Este ano, foram anunciados 32 prêmios, em quatro categorias: longa-metragem, curta-metragem e séries brasileiras, escolhidos pelo júri formado por profissionais associados à Academia Brasileira de Cinema; além do prêmio de Melhor Filme pelo Júri Popular. A votação sigilosa da premiação teve apuração da PwC Brasil.

Com roteiro do jornalista Hugo Sukman e direção de Lucas Rochetti, a transmissão do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro teve como tema a preservação e a memória do audiovisual. A cerimônia foi costurada com imagens de produções que marcaram a história do audiovisual e por apresentações musicais do pianista André Mehmari e da cantora Monica Salmaso. Fizeram parte do repertório canções como "Odeon", de Ernesto Nazareth; "Reza", de Ruy Guerra e Edu Lobo; "Perseguição", de Sérgio Ricardo; e "Passaredo", de Francis Hime e Chico Buarque.

"Realizar o Grande Prêmio não foi uma tarefa fácil, devido às dificuldades por que passam o audiovisual brasileiro, a indústria criativa e a cultura em geral nos tempos de hoje, mas sempre com a esperança de que elas possam ser em breve superadas. O GP deste ano é um reconhecimento à importância da memória e de sua preservação para o país, para a sua história, a sua cultura e para o cinema e audiovisual brasileiros. Esse reconhecimento, assim como todas as ações nesse sentido, é uma obrigação de todos – dos governos inclusive – para com as futuras gerações, já que uma nação não existe sem a sua memória. Daí, a homenagem que a Academia presta à luta liderada pelo S.O.S. Cinemateca, pela Associação Paulista de Cineastas e por todos que nela se envolveram em defesa da Cinemateca em SP, mais uma vez atingida por um incêndio que destruiu parte de seu acervo, devido ao descaso com que, ao longo dos anos, o nosso país tratou esse patrimônio. Mas seguiremos em frente. Espero de 2022 seja melhor para todos nós", disse Jorge Peregrino, presidente da Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais.

O 20º Grande Prêmio do Cinema Brasileiro foi realizado pelo Ministério do Turismo e pela Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais. Este ano, contou com o patrocínio da SABESP, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura e da PwC Brasil, que acompanha e faz a apuração da votação. O prêmio tem correalização da SPCine, Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, e Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo.

VENCEDORES DO GP DO CINEMA BRASILEIRO 2021

* Melhor longa-metragem ficção: "A Febre", de Maya da-Rin.

* Melhor direção: Jeferson De, por "M8 – "Quando A Morte Socorre A Vida".

* Melhor longa-metragem comédia: "Pacarrete", de Allan Deberton.

* Melhor ator: Marcos Palmeira, como Boca de Ouro, por "Boca de Ouro", de Daniel Filho.

* Melhor atriz: Marcélia Cartaxo, como Pacarrete, por "Pacarrete".

* Melhor ator coadjuvante: João Miguel, como Miguel, por "Pacarrete".

* Melhor atriz coadjuvante: Hermila Guedes, como Cosma e Damiana, por "Fim de Festa", de Hilton Lacerda.

* Melhor longa-metragem documentário: "Babenco: Alguém Tem Que Ouvir O Coração E Dizer: Parou", de Bárbara Paz.

* Melhor filme pelo voto popular: "Pacarrete", de Allan Deberton.

* Melhor filme internacional: "Jojo Rabbit", de Taika Waititi (EUA).

* Melhor filme ibero-americano: "O Roubo Do Século", de Ariel Winograd (Argentina).

* Melhor longa-metragem animação: "Os Under-Undergrounds, o começo", de Nelson Botter Jr.

* Melhor primeira direção de longa-metragem: Bárbara Paz, por "Babenco: Alguém Tem Que Ouvir O Coração E Dizer: Parou".

* Melhor som: Rodrigo Ferrante, Miriam Biderman, ABC, e Ricardo Reis, ABC, por "Babenco: Alguém Tem Que Ouvir O Coração E Dizer: Parou".

* Melhor montagem ficção: Karen Akerman, por "A Febre".

* Melhor montagem documentário: Cao Guimarães e Bárbara Paz, por "Babenco: Alguém Tem Que Ouvir O Coração E Dizer: Parou".

* Melhor roteiro original: Allan Deberton, André Araújo, Natália Maia e Samuel Brasileiro, por "Pacarrete".

* melhor roteiro adaptado: Jeferson De e Felipe Sholl – adaptado da obra "M8: Quando A Morte Socorre A Vida", de Salomão Polakiewicz, pelo filme homônimo de Jeferson De.

* Melhor curta-metragem ficção: "República", de Grace Passô.

* Melhor curta-metragem documentário: "Filhas de Lavadeiras", de Edileuza Penha de Souza.

* Melhor curta-metragem animação: "Subsolo", de Erica Maradona e Otto Guerra.

* Melhor direção de fotografia: Barbara Alvarez, por "A Febre".

* Melhor maquiagem: Tayce Vale, por "Pacarrete".

* Melhor figurino: Kika Lopes, por "Boca de Ouro".

* Melhor efeito visual: Marcelo Siqueira, ABC, por "A Divisão – O Filme" (de Vicente Amorim).

* Melhor direção de arte: Rodrigo Frota, por "Pacarrete".

* Melhor série documentário TV paga/ OTT: "Milton e o Clube da Esquina – 1ª Temporada" (Canal Brasil), com direção geral de Vitor Mafra.

* Melhor longa-metragem infantil: "10 Horas Para o Natal", de Cris D'amato.

* Melhor série animação TV paga/ OTT: "Rocky & Hudson: Os Caubóis Gays – 1ª temporada" (Canal Brasil), com direção geral de Erica Maradona.

* Melhor série ficção TV aberta: "Sob Pressão – Plantão Covid – Temporada Especial (TV Globo), com direção geral de Andrucha Waddington.

* Melhor série ficção TV paga/ OTT: "Bom Dia, Verônica – 1ª temporada" (Netflix), com direção geral de José Henrique Fonseca.

* Melhor trilha sonora: Fred Silveira por "Pacarrete".

Foto: Troféu Grande Otelo 2021 (Crédito: Nadja Kouchi/Divulgação)

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