O longa nacional "Mulheres Alteradas", adaptação dos quadrinhos da argentina Maitena, sucesso dos anos 90, estreia nos cinemas no dia 05 de julho. A direção é de Luis Pinheiro (das séries "Lili, a ex" e "Samantha!"), a produção é de Andrea Barata Ribeiro e Bel Berlinck e o roteiro é de Caco Galhardo. A produção é assinada pela O2 Filmes, com coprodução da Globo Filmes e Telecine e distribuição da Paris Filmes e Downtown Filmes.
O projeto teve início há cinco anos, quando a produtora Andrea Barata Ribeiro adquiriu os direitos sobre os quadrinhos de Maitena. "A partir daí, comecei a pensar em qual seria o melhor formato para a adaptação dessa obra. Quando o roteiro já estava pronto, esperamos ainda por mais uns seis meses até conciliarmos as agendas das atrizes que queríamos como protagonistas.", disse a produtora em coletiva de imprensa realizada nesta terça, 19/06, em São Paulo. As atrizes citadas por ela são Deborah Secco, Alessandra Negrini, Monica Iozzi e Maria Casadevall. Completam o elenco ainda os atores Sergio Guizé e Daniel Boaventura.
A produção difere-se do que tem sido feito atualmente em termos de comédia nacional para o cinema. "O filme inteiro foi filmado com uma lente só, a angular, que traz o olhar da personagem. É uma característica bem cartunesca. Outro destaque ainda é o plano sequência, usado o tempo todo, que funciona bem para o gênero e aproxima o filme do universo dos quadrinhos.", conta o diretor Luis Pinheiro.
Para Deborah Secco, que interpreta a personagem Keka, o que mais chama atenção no longa é a fotografia ousada e colorida, que não é tão comum no cinema nacional. "A forma do Luis filmar permite que a gente brinque em cena e que eu possa interpretar da maneira exagerada que eu gosto.", completa a atriz. Para Monica Iozzi, que faz o papel de Sônia, o principal atrativo do filme é o fato de ele contar uma história sobre mulheres, com protagonistas femininas e que explora essa atmosfera de amizade feminina.
Alessandra Negrini intepreta Marinati, e afirma que o grande diferencial de "Mulheres Alteradas" é ser uma comédia que foge dos tons machistas muitas vezes presentes no gênero. "A minha personagem tem cenas que beiram a surrealidade e o filme tem estética trabalhada e ritmo intenso. Para mim, essas são suas melhores qualidades.", afirma. E Maria Casadevall repetiu no longa uma antiga parceria com Pinheiro, com quem ela havia trabalhado anteriormente na série "Lili, a ex", e confessa que a possibilidade de trabalhar novamente com o diretor foi o que mais a atraiu para o projeto.
Foi responsabilidade de Caco Galhardo a adaptação dos quadrinhos para um roteiro de longa-metragem. "O mérito da história é de Maitena, que foi uma das precursoras no que diz respeito a contar histórias sobre mulheres. Apesar do trabalho dela ter sido feito principalmente nos anos 90, as questões femininas que ela apresenta continuam atuais.", enfatiza. "Por isso, quis trazer para o filme muitas citações dos quadrinhos e acredito que o resultado final seja uma adaptação bem fiel.", garante. Andrea complementa dizendo que o processo de Galhardo foi difícil, uma vez que os quadrinhos da argentina não têm personagens definidas, curvas dramáticas ou histórias de começo, meio e fim estabelecidos. "Tudo aconteceu quando Caco cortou o livro todo e o dividiu em temas.", entrega.
A direção de fotografia de "Mulheres Alteradas" é de Will Etchbehere, que investiu na estética dos quadrinhos – trazendo para as telonas as cores e muitas vezes os próprios desenhos dos livros. Para Pinheiro, o resultado é um "caldeirão pop", com um misto de referências que vão desde a alta cultura, passando pelo cartunismo e diluindo tudo isso de forma a produzir uma obra divertida.
Ao serem questionados sobre a possibilidade de uma continuação para os cinemas ou ainda uma série para a televisão, a equipe de produção, direção e elenco não descarta a possibilidade. "Queremos muito que aconteça.", finaliza Andrea.
