"Clara Sola" e "Urubus" se destacam entre os premiados da 45ª edição da Mostra de SP

A entrega dos prêmios da 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo foi realizada durante a cerimônia de encerramento na noite da última quarta-feira, dia 3 de novembro, no Vale do Anhangabaú, embaixo do Viaduto do Chá. O Prêmio Leon Cakoff foi entregue à atriz, diretora e produtora baiana Helena Ignez. A solenidade foi apresentada por Renata de Almeida e por Serginho Groisman e contou com a presença dos brasileiros premiados e de personalidades do meio cultural. 

Troféu Bandeira Paulista 

Os filmes da seção "Competição Novos Diretores" mais votados pelo público foram submetidos ao Júri formado por por Beatriz Seigner, Carla Caffé e Joel Zito Araújo, que escolheu "Clara Sola" como melhor filme, Wendy Chinchilla Araya (de "Clara Sola") como melhor atriz e Yuriy Borisov (de "Compartment nº 6") como melhor ator, além de premiarem com Menção Honrosa "Pequena Palestina, Diário de um Cerco". Outras obras foram escolhidas pelo público e pela crítica brasileira. Os filmes receberam o Troféu Bandeira Paulista (uma criação da artista plástica Tomie Ohtake). 

Prêmio Projeto Paradiso 

Todos os diretores que tiveram títulos selecionados para a Mostra Brasil poderiam inscrever um novo projeto para concorrer a um prêmio oferecido pelo Projeto Paradiso, uma iniciativa do Instituto Olga Rabinovich. A bolsa, no valor de R$ 30 mil, é destinada ao roteirista do projeto em fase de desenvolvimento e inclui ainda mentorias, coaching para o produtor, workshop de audiência e participação em mercados internacionais. O projeto premiado neste ano foi "Entre Espelhos", com produção de Ailton Franco e roteiro de João Braga. 

Prêmio do Público 

O público da Mostra escolheu, entre os estrangeiros, "Onoda – 10 Mil Noites na Selva" como melhor filme de ficção e "Summer of Soul (…ou, Quando a Revolução Não Pode Ser Televisionada)" como melhor documentário. Entre os brasileiros, "O Melhor Lugar do Mundo é Agora" foi o melhor documentário e "Urubus" (foto) recebeu o prêmio de melhor ficção. 

A escolha do público é sempre feita por votação. A cada título assistido, o espectador vota em uma escala de um a cinco, sempre ao final do filme. O resultado proporcional dos títulos com maiores pontuações determinou os vencedores. 

Prêmio da Crítica 

A imprensa especializada que cobre o evento e tradicionalmente confere o Prêmio da Crítica também participou da premiação e elegeu "Urubus" como Melhor Filme Brasileiro e "O Compromisso de Hasan" como Melhor Filme Estrangeiro. 

Dirigido por Cláudio Borelli, o longa "Urubus"foi escolhido pela crítica "porque conseguiu captar com suas lentes a urgência jovem que pode ser entendida como uma urgência do próprio cinema brasileiro nos dias de hoje. Se o outro diz que quanto mais alto maior a queda, neste filme, quanto mais alto o pixo, maior a letra de suas assinaturas, de seu rastro de arte, de vida e de resistência". 

Já o longa estrangeiro foi "O Compromisso de Hasan", de Semih Kaplanoglu, escolha assim justificada pelo júri da crítica: "Nesta quadra da história do cinema, parece desnecessário elogiar a perfeição técnica e a beleza visual de um filme, mas a fotografia do filme turco 'O Compromisso De Hasan', de Semih Kaplanoglu, é das mais belas do cinema. Esse rigor formal é colocado a serviço de um drama forte, o que parece ser a luta de Davi e Golias. Um agricultor luta contra o Estado em defesa de suas terras. A história fica ainda mais complexa quando entra o conflito familiar". 

Prêmio da Abraccine 

A Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema também realiza tradicionalmente uma premiação que escolheu o melhor filme brasileiro entre os realizados por diretores estreantes. Neste ano, o eleito foi o longa "A Felicidade das Coisas", de Thais Fujinagua. 

"O filme foi escolhido pela tessitura do cotidiano e do político no retrato de uma família de classe média brasileira que se revela em gestos, afetos, faltas e frustrações, sobretudo a aflição materna em um cenário – e país – à beira do abismo". 

O júri do Prêmio Abraccine foi composto por Diego Benevides (CE), Lorenna Montenegro (PA) e Raquel Gomes (MG). 

Prêmio BRADA 

O Prêmio BRADA de Direção de Arte – ou Production Design, como se credita a função internacionalmente – foi para o filme "Clara Sola". 

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