Alguns dos principais provedores de banda larga de médio porte estão preocupados com a não observância, por parte de alguns ISPs menores, das regras de combate à pirataria audiovisual dirigidas pela Anatel ao longo deste ano.
A preocupação foi manifestada por representantes de duas empresas do segmento durante debate promovido em São Paulo nesta terça-feira, 5, no evento Nextv Series Brasil. Diretor de operações da Brasil TecPar, Wendel Melo apontou "desconfiança" de que medidas como o bloqueio de IPs piratas não estariam sendo realizadas por todos provedores.
"Não sabemos se os concorrentes aplicam, então temos dúvida da eficácia das medidas. Isso tem que ser discutido e ser uma pauta recorrente, porque a pirataria é um mal para nosso setor", afirmou Melo, durante debate com outras operadoras.
Ponto similar foi colocado pelo diretor de marketing e vendas da Vero, José Carlos Rocha Júnior. "Somos partidários de medidas assertivas e a gente executa [as determinações da Anatel] de forma bem organizada. Nós pagamos impostos e seguimos a legislação, mas não sabemos até que ponto os demais fazem o mesmo", afirmou o executivo, conclamando união do setor contra a pirataria.
Neste sentido, uma das ações necessárias seria conscientizar usuários que mesmo alguns serviços audiovisuais pagos são ilegais perante a lei. "Tem quem pague pirataria achando que é legal", afirmou Rocha.
Fiscalizar aplicação
A este noticiário, um executivo presente no debate em São Paulo apontou que a Anatel aprimorou a capacidade de comunicação com o amplo universo de provedores regionais, a fim de combater à pirataria. O desafio agora seria desenvolver mecanismos para visualizar se as medidas de bloqueio estão sendo aplicadas.
O mesmo profissional apontou vantagem competitiva indevida para empresas que não bloqueiam os sinais irregulares adequadamente. Isso porque usuários afetados pela medida em um ISP legal podem cancelar o serviço assim que boxes piratas pararem de funcionar, assinando em seguida com ISPs que não realizam o trâmite.