Produtores repudiam divulgação de trecho de discussão na Câmara Técnica do Mercado de Exibição

A reunião da Câmara Técnica do Mercado de Exibição, realizada na última sexta, dia 3, na sede da Ancine, reflete o complicado momento do audiovisual brasileiro. O evento contou com discussões acaloradas, como a de um vídeo vazado nas redes sociais que documenta o produtor e diretor Luiz Carlos Barreto fazendo insinuações de forma acalorada ao presidente do órgão regulador, Christian de Castro. O vídeo gerou manifestações de agentes do setor contrários à divulgação, que apontam que a iniciativa não contribui com os debates e aprofunda ainda mais a cisão na indústria audiovisual. O vídeo não contextualiza a discussão e não mostra o que causou a reação de Barreto. A Bravi repudiou a divulgação, chamando-a de "atitude condenável, inclusive sujeita a penalidades legais".

A reunião foi convocada uma semana após o lançamento do blockbuster "Vingadores: Ultimato" em cerca de 80% das salas de exibição brasileiras – lançamento que vem sendo apontado como o motivo da saída do longa "De Pernas para o Ar 3" de 300 salas – levantando novamente o debate em torno da chamada Cota de Tela Suplementar, mecanismo que limitaria o tamanho dos lançamentos cinematográficos com o intuito de preservar a pluralidade de títulos dos cinemas. Este está longe de ser o assunto que gera as discussões mais acaloradas no audiovisual. Para ficar apenas na área da exibição cinematográfica, vale lembrar, o decreto que deveria definir a cota de tela para o ano de 2019 não foi publicado, embora o sétimo encontro da Câmara Técnica do Mercado de Exibição, em novembro passado, não só definiu a cota, como também estabeleceu um novo modelo de aferição.

Veja a nota da Bravi na íntegra:

A BRAVI – Brasil Audiovisual Independente, entidade que representa 660 empresas produtoras independentes brasileiras presentes em 21 unidades da federação, vem a público repudiar a utilização indevida de gravação anônima da reunião da Câmara Técnica de Cinema, realizada ontem – 03 de maio – na Agência Nacional do Cinema (ANCINE) no Rio de Janeiro. Integrantes de entidades de toda a cadeia produtiva do cinema e audiovisual fizeram parte da reunião com dirigentes da Agência, em debate democrático sobre questões regulatórias tão importantes à atividade no Brasil.

Ainda que se trate de órgão público e que a reunião tratasse de interesses públicos e da indústria audiovisual, a circulação de trechos "escolhidos" da reunião, fora de seu contexto, acarretou a exposição de pessoas sem o prévio consentimento. Trata-se de atitude condenável, inclusive sujeita a penalidades legais.

Toda e qualquer manifestação deve observar os mecanismos legais e constitucionais para a defesa do setor de forma democrática, ao invés de gerar desinformação em ambientes nas mídias fora do contexto adequado.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui