Ministro diz haver interesse de investidores internacionais para a faixa de 450 MHz

A súbita mudança de posição do ministro das Comunicações Paulo Bernardo sobre a licitação da faixa de 450 MHz parece ter uma explicação. Anteriormente, o ministro era a favor da destinação desta faixa às concessionárias locais para a prestação de serviços rurais. O próprio ministro mostrou-se incomodado quando a Telebrás manifestou oficialmente interesse na faixa. Mas desde a semana passada, ele voltou a defender a possibilidade de uma licitação. Bernardo afirmou nesta terça que o reconhecimento internacional da existência de um grande mercado não atendido no País, especialmente nas áreas rurais, motivou o interesse de mais uma empresa estrangeira em oferecer serviços e soluções tecnológicas satisfatórios às regiões agrícolas de ponta, como Paraná e Mato Grosso do Sul. Trata-se, segundo o ministro, da norte-americana Access, que tem operações na Suécia e outras regiões da Escandinávia. A empresa fez uma apresentação de seus serviços (baseados na tecnologia CDMA) ao ministro e solicitou a liberação da faixa de 450 MHz para participar de licitação no País. Quer oferecer telefonia rural e Internet às regiões agrícolas, exclusivamente.
"Dependendo das condições geográficas, o sistema tem alcance de até 90 quilômetros", observou o ministro, otimista com a possibilidade de também acelerar a análise dessa proposta e lançar um edital simultaneamente ao da faixa de 2,5 GHz, prevista para até o ano que vem. A Access se junta à coreana SK, que também sugeriu, há um mês, estudos para utilização da faixa de 2,1 GHz para oferta rural de Internet, por meio de tecnologia convergente entre serviços móveis e satélite. "Temos uma dívida enorme com o campo e com o agronegócio", justificou-se Bernardo. O interesse é negociar novos investimentos em telecom ao mesmo tempo em que eliminaria as vastas áreas de 'sombra' do atendimento das telecomunicações no território nacional.
Faixa de 700 MHz
Paulo Bernardo, que fez palestra na abertura do Encontro Telesíntese, nesta terça, 7, admitiu que há gente conversando sobre o interesse de conquistar a faixa de 700 MHz para prestação de serviço móvel. Mas acentuou que não tem nenhum estudo sobre isso e que, quando tiver qualquer decisão oficial, ela vai considerar o prazo para devolução de espectro pelos radiodifusores. Esse setor defende a manutenção da faixa para execução exclusiva de serviços de rádio e televisão. A favor do setor móvel celular, também interessado nessa faixa, há a crescente internacionalização do seu uso com LTE, o que pode representar implantação de redes mais baratas.

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