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“O Marinheiro das Montanhas”, de Karim Aïnouz, entra na seleção oficial do Festival de Cannes

“O Marinheiro das Montanhas”, de Karim Aïnouz, foi selecionado para a próxima edição do Festival de Cannes, onde será exibido como filme convidado da mostra Sessão Especial. A trajetória do diretor é marcada pelo evento, responsável por sua estreia com “Madame Satã” (2002) e pelas aplaudidas sessões de “O Abismo Prateado” (2011), na Quinzena dos Realizadores, e “A Vida Invisível” (2019), vencedor de Melhor Filme na mostra Um Certain Regard. É simbólico que este novo longa – assumidamente biográfico – tenha seu lançamento no Festival.

“O Marinheiro das Montanhas” é um diário de viagem filmado na primeira ida de Aïnouz à Argélia, país em que seu pai nasceu. Entre registros da viagem, filmagens caseiras, fotografias de família, arquivos históricos e trechos de super-8, o longa opera uma costura entre a história de amor dos pais do diretor, a Guerra de Independência Argelina, memórias de infância e os contrastes entre Cabília, região montanhosa no norte da Argélia, e Fortaleza, cidade natal do diretor e de sua mãe, Iracema. 

“É muito importante para um filme tão íntimo e pessoal estrear nessa gigante vitrine internacional que celebra a diversidade e excelência e de tanto prestígio que é Cannes. É um festival que tem acompanhado de perto meu trabalho, que acolhe e joga uma luz nos filmes que tenho feito, permitindo que eles sejam descobertos mundo afora. É um privilégio ser convidado e poder contar com essa visibilidade”, ressalta o cineasta, cujo processo de criação se deu durante a pandemia, quando se debruçou sobre o material filmado em janeiro de 2019, época em que realizou pela primeira vez a travessia de barco pelo Mar Mediterrâneo para Argélia e seguiu até as Montanhas Altas no norte do país.

O longa é todo narrado por Aïnouz, que lê uma carta para a sua mãe, já falecida, transformada aqui em uma companheira imaginária de viagem. Enquanto relata e comenta episódios da jornada, ele reativa memórias familiares e revela os muitos sentimentos contraditórios que marcam o seu percurso.Do susto no desembarque – quando, pela primeira vez na vida, não precisa soletrar o nome – até a chegada na Cabília em uma aldeia onde seu pai nasceu e foi criado, o diretor revela impressões e sentimentos com franqueza. “Com ‘O Marinheiro das Montanhas’, eu quis correr o risco de que a maturidade e a experiência me permitem. Antes de tudo, um risco artístico ao me distanciar do que sei, abrindo o projeto ao inesperado. O risco também de me ver enfrentando minhas origens, minha identidade”, analisa. 

O longa é uma produção Videofilmes em coprodução com Globo Filmes e Globo News em associação com MPM Film / Watchmen / Cinema Inflamável. A distribuição é da Gullane. 

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