Em crise, DirecTV LA precisa renegociar programação

A DirecTV Latin America, controladora da DirecTV no Brasil e na Argentina, Chile, Colombia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá e Porto Rico, anunciou nesta quarta, dia 8, que iniciou discussões com seus programadores e fornecedores em busca da readequação da situação financeira da empresa.
?Iniciamos conversas com programadores, fornecedores e credores para resolver questões que afetaram a situação financeira da DirecTV nos últimos anos, incluindo custos fixos excessivos e dívida", diz Kevin McGrath, chairman da empresa, em comunicado oficial. ?Alguns contratos importantes precisam ser redimensionados em função da realidade do mercado. Vamos sugerir aos nossos programadores e fornecedores que compartilhem de maneira mais adequada os riscos das variações de taxa de câmbio na região".
McGrath diz que a situação da empresa é "inaceitável" e uma solução efetiva precisa ser encontrada "urgentemente". "Dessa forma, se as discussões não resultarem em um acordo razoável em pouco tempo nós consideraremos outras opções disponíveis, inclusive reestruturar a empresa sob o Chapter 11 (um dos artigos da lei de falências dos EUA)", diz o executivo.
A DirecTV diz que não espera que estas medidas afetem as operações locais na América Latina e que as operações não tomarão nenhuma iniciativa individual.

Dólar

A DirecTV na América Latina vive uma situação delicada em função das crises financeiras e cambiais dos diferentes países em que opera. Por uma opção estratégica, a empresa negocia todos os seus contratos de programação nos EUA, em dólares, o que dificulta mudanças nas condições contratuais em função de crises e desvalorizações.
Soma-se a isso o fato de a DirecTV LA ter adotado, logo depois da saída da TVA do negócio, uma política agressiva de compra de programação exclusiva para fazer frente à concorrência com a Sky. Foram fechados acordos de exclusividade com HBO (pelo qual pagou perto de US$ 250 milhões) e Disney.
Outro problema para a DirecTV é a fase de indefinição societária, já que a General Motors quer vender as operações nos EUA e na América Latina e não considera mais a operadora uma prioridade. A Echostar, que era a principal candidata à compra, é agora uma forte competidora nos EUA (uma vez que a fusão entre as duas empresas está virtualmente vetada pelas autoridades norte-americanas). No Brasil, a DirecTV decidiu, há dois anos, buscar o saneamento administrativo e financeiro das operações em lugar de partir para uma política de crescimento mais agressiva, e desde então sua base de clientes vem se retraindo.
A operadora contratou a empresa AlixPartners, especializada em recuperação de empresas em dificuldades, para auxiliar nesse processo. Michael A. Feder, da AlixPartners, foi nomeado executivo de reestruturação da DirecTV LA, que se reportará ao chairman da empresa Kevin McGrath.

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