Para FCC, regras de propriedade cruzada têm que ter justificativa

O chairman da FCC, Michael Powell, participou na manhã desta terça, 8, de café-da-manhã com radiodifusores em Las Vegas. Foi fortemente questionado sobre a revisão das regras de propriedade cruzada de empresas de mídia e do limite de 35% que uma única rede pode ter sobre o total da audiência potencial nos EUA.
Powell disse que acha errada a lei que obriga a FCC a rever estas regras a cada dois anos, mas que é obrigado a cumpri-la, e que para que se mantenham as restrições atuais é preciso dados que as justifiquem. "Terminamos uma consulta pública sobre o assunto e tivemos 50 mil comentários. Eliminar todas as regras seria irresponsável, mas faltam dados concretos, análises com métodos científicos que justifiquem as decisões", disse o chairman. "Se não houver evidências matemáticas de que uma regra deve ser mantida, ela vai cair", completou.
Quanto à consolidação da mídia, Powell disse que o fato em si não é intrinsicamente bom ou ruim. "Muitas emissoras e estações de rádio teriam desaparecido se não fosse o Telecoms Act de 1996 (lei que desregulamentou as comunicações nos EUA)". "Os EUA têm 10,6 mil estações de rádio. A maior parte delas ainda é independente", completou.

Censura

Powell também foi questionado quanto à questão do controle de conteúdo na mídia. Ele disse achar pessoalmente que as TVs e rádios deveriam produzir programas melhores, mais voltados à família, mas que acha também muito complicado o Estado intervir nesse assunto. "Valores morais são muito relativos. O que era inaceitável em 1950 é normal agora, e o que vale para Nova York pode não valer para outras cidades", explicou. "O governo não deveria regular isso, ou aplicar penalidades".

DTV

Finalmente, Powell admitiu que não acredita que o prazo para que 85% dos lares americanos estejam aptos a receber o sinal de TV digital terrestre seja cumprido (final de 2006). Mas disse que isso tem um custo muito alto para o país, principalmente porque as freqüências analógicas teriam que ser liberadas para outros serviços.

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