Em um painel durante o IBC, que acontece até o dia 13 de setembro, em Amsterdã, ficou claro que os broadcasters devem ter um papel de destaque nos serviços over-the-top (OTT). Segundo Helge Hoibraaden, CEO da Vimond Media Solutions, provedora de plataforma e know how para empresas que querem levar seus conteúdos à Internet, os canais de TV já têm a audiência, o que os coloca em uma posição estratégica. Para Paul Torplee, diretor da Twofour Digital, também uma empresa que oferece soluções para canais e marcas levarem seus conteúdos às plataformas conectadas, o bom posicionamento dos broadcasters nos serviços OTT não está garantido. Segundo ele, o número de plataformas e dispositivos de distribuição ainda está crescendo, formando um ecossistema complexo. "Para estar bem posicionado, é preciso ter em mente que o seu conteúdo precisa estar em um grande número de plataformas, não apenas em um serviço ou nos nos equipamentos de um fabricante", diz Torplee.
Amir Eliat, da Tvinci, empresa que presta serviço para operadoras de telecom e TV por assinatura interessadas em prestar serviço OTT, concorda que é preciso ter um cuidado especial com a distribuição. "O conteúdo é rei, e a distribuição é a rainha", brincou o executivo.
Para Leslie MacKenzie, da locadora virtual britânica Lovefilm, o mercado de serviços OTT deve se consolidar no futuro, sobrando espaço apenas para os players de grande porte (como Amazon, Netflix, Google etc.) e os broadcasters, que têm um conteúdo valioso o suficiente para sustentar um serviço. "Os pequenos devem ser sufocados", diz.