Globo reforça compromisso com a produção independente e destaca parcerias fora do eixo Rio-SP

Paulo Marinho, Diretor-Presidente da Globo (Foto: Globo/ Renato Pizzutto, tirada no Upfront Globo 2024)

Na última quinta-feira, dia 11 de abril, a Globo promoveu nos seus estúdios no Rio de Janeiro a primeira edição do Festival Acontece, que reuniu cerca de 500 pessoas, entre talentos da casa, imprensa e, principalmente, profissionais do mercado audiovisual brasileiro independente. Com o mote "O que vai acontecer já está acontecendo", o encontro teve como objetivo refletir o presente e o futuro da indústria e reforçar o compromisso da Globo com a produção independente.  

A abertura do evento foi comandada por Paulo Marinho, diretor-presidente da Globo; Amauri Soares, diretor dos Estúdios Globo, TV Globo e Afiliadas; e Manuel Belmar, diretor de Finanças, Jurídico e Infraestrutura e de Produtos Digitais e Canais Pagos da Globo. Marinho enfatizou a missão da Globo de continuar contando histórias brasileiras para brasileiros e para o mundo. "Esse é nosso compromisso histórico e que permanece. Vamos seguir ampliando possibilidades criativas e narrativas, desenvolvendo novos formatos e linguagens e ampliando nossa diversidade de conteúdos", disse. O executivo ainda ressaltou: "Diferentemente do que tentam propagar, a Globo vem investindo ainda mais em produção e conteúdo ao longo dos últimos anos – tanto em termos financeiros quanto em volume de produções, sejam elas próprias ou junto do mercado. Isso é motivo de orgulho para nós. Esse é o DNA da Globo. Estamos aqui para desenvolver boas histórias". O diretor-presidente encerrou sua fala garantindo que a Globo quer estar cada vez mais próxima do mercado independente, para "desenvolver novas estratégias, histórias e fazer isso com a toda a potência do conteúdo brasileiro". 

Amauri Soares seguiu na mesma linha e, para ilustrar essa parceria da Globo com o mercado, trouxe um dado: diariamente, seis mil pessoas trabalham dentro dos Estúdios Globos, sendo metade delas do mercado independente, de diferentes funções. "Estamos numa semana gratificante e especial no contexto dessa relação que temos com o mercado audiovisual brasileiro. Ontem, fizemos o primeiro pitch exclusivo de conteúdos de humor para nossos clientes internos. São 30 projetos, que serão desenvolvidos para irem ao ar no segundo semestre do ano que vem, e uma parte considerável deles será desenvolvida com o audiovisual independente. É um trabalho conduzido pela Patrícia Pedrosa, (diretora de gênero humor da Globo), que está criando uma grande rede de collabs do mercado. Estamos animados para esse futuro de curto prazo, em que veremos essa nova geração de conteúdos de humor", adiantou. 

E, falando da importância de trabalhar com os profissionais do audiovisual independente – e não só aqueles que estão fisicamente próximos dos Estúdios Globo – Soares destacou o trabalho do grupo com a produção em diferentes regiões do Brasil e como esses projetos têm conquistado o público. Na última segunda, 8, a "Tela Quente" bateu o recorde de audiência do ano com a exibição do filme "Pés de Peixe" – criado, produzido e gravado em Manaus, com elenco local. Ainda nesse caminho, o executivo contou que, em 2024, a Globo produzirá sete telefilmes em média-metragem com o mercado independente fora do eixo do Rio de Janeiro, em estados como Ceará, Paraíba e Rio Grande do Sul. 

Novos núcleos de produção e possibilidades de parcerias 

Recentemente, a Globo criou núcleos exclusivos de humor, programas de auditório, filmes e documentários. "Com tudo isso funcionando, nós produzimos no ano passado 33 mil horas de conteúdo, entre entretenimento, esporte e jornalismo, e produziremos essa mesma quantidade neste ano – 35% com o mercado independente, assim como foi em 2023. É mais de um terço. Essa parceria nos possibilita pensar em grandes volumes de produção porque sabemos que podemos confiar nessa relação. Nossa capacidade de produção tem limite, mas, quando nos juntamos com o mercado independente, não tem. Podemos expandir ao infinito", declarou Soares. 

O diretor pontuou que, para produtoras que queiram trabalhar com a Globo, já existe uma plataforma de contato, a Script. E, em breve, a empresa lançará uma outra plataforma, esta exclusiva para criadores e produtores individuais, numa iniciativa similar, para expandir essa conexão. "Estamos interessados em ideias e projetos. Juntos, conseguimos continuar entregando para os brasileiros esse conteúdo de qualidade que o público merece e que conta as nossas histórias do nosso jeito", finalizou. 

Convergência entre plataformas 

Manuel Belmar está há mais de 20 anos na casa e, em sua fala, relembrou que a história da televisão como negócio foi forjada em cima de parcerias – especialmente na Pay TV – e que elas potencializaram o ecossistema de criação e produção do audiovisual brasileiro. Para ele, o momento atual é marcado pela mistura entre tecnologia e conteúdo. "Mas o conteúdo é a alma que conecta todos nós nesse objetivo em comum, que é fortalecer a criação e o talento brasileiro no audiovisual", pontuou. "À medida em que as formas pelas quais transmitimos nossos conteúdos vão mudando, a maneira como o público os consome também vai. E aí chegamos nesse ponto de convergência entre TV aberta, TV paga e streaming. O streaming não vai acabar com a televisão, como muitos já falaram. É só mais uma forma de entregar conteúdo. O que faz diferença é justamente o conteúdo – que deve engajar, entreter, informar e encantar. No streaming, essa relação não muda", completou. 

Para reforçar esse ponto, o executivo mencionou como o Globoplay cresceu como plataforma. No ano passado, foram três bilhões de horas de consumo no serviço de streaming do Grupo Globo – desse total, 75% foi de conteúdo nacional. "Claro que o conteúdo internacional tem uma importância na oferta, mas o nacional é absolutamente determinante", afirmou. Nesse sentido, Belmar trouxe um dado mais recente e inédito: somente no primeiro trimestre deste ano, o consumo no Globoplay foi de um bilhão de horas – número que está 50% acima do consumo dos três primeiros meses de 2023. E o conteúdo do canal aberto está no topo desse consumo – o que reforça essa ideia de complemento entre plataformas. 

1 COMENTÁRIO

  1. É maravilhosa essa ação de aproximação com a produção independente. Muitos projetos incríveis nascem dessa iniciativa. Inclusive projetos que depois foram comprados e produzidos pela Globo, como foi o caso de Cine Holliúdy. Essa é uma estratégia em que todos saem ganhando. Claro que o sonho dos produtores independentes é receber o aporte financeiro para realizar suas produções, mas poder exibir por um canal ou plataforma já tão consolidada e querida pelo grande público certamente também é um sonho.

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