Com direção de Andradina Azevedo e Dida Andrade, "Eike – Tudo ou Nada" estreia nos cinemas em 22 de setembro

"Eike – Tudo ou Nada", longa-metragem que acompanha a ascensão e queda do ex-bilionário Eike Batista, estreia no dia 22 de setembro nos cinemas. Com direção e roteiro da premiada dupla Andradina Azevedo e Dida Andrade ("A Bruta Flor do Querer" e "30 Anos Blues"), o filme é inspirado no livro homônimo da jornalista Malu Gaspar. A produção é de Tiago Rezende, da Morena Filmes, e a distribuição é da Paris Filmes. 

Protagonizado por Nelson Freitas, "Eike – Tudo ou Nada" percorre um breve, mas intenso período da vida do ex-bilionário Eike Batista. A história começa em 2006, quando o Brasil passava por uma expansão econômica com o pré-sal e o empresário decide criar a petroleira OGX. E segue até a sua prisão em 2017, alvo da Operação Eficiência, um desmembramento da Operação Lava Jato, no Rio de Janeiro. Eike foi acusado de fazer parte de um esquema de corrupção do ex-governador Sergio Cabral, preso desde 2016.

Sétimo homem mais rico do mundo em 2012, Eike foi do auge ao declínio em poucos anos. Com uma fortuna estimada em US? 30 bilhões, na época era o maior bilionário brasileiro do mundo e estava no auge com as empresas do grupo EBX (OGX, MMX e OSX). Em 2014, já não integrava mais a lista da Forbes. "Eike – Tudo ou Nada"revela os bastidores dessa história extremamente midiática, mas que até hoje provoca controvérsia e curiosidade. A linguagem pop, que é marca dos diretores, confere ao filme uma estética moderna e ágil.

O longa também traz no elenco Thelmo Fernandes, Marcelo Valle, Bukassa Kabengele, Juliana Alves e Xando Graça interpretando os funcionários da OGX, além de Jonas Bloch e André Mattos, que vive o ex-governador. Na adaptação, os ex-colaboradores da Petrobras que saíram da estatal para fundar a OGX ganham nomes fictícios: Laerte, Kopas, Nelson, Zita e Odorico, o Dr. Oil. Em uma participação especial, Carol Castro interpreta Luma de Oliveira, ex-mulher de Eike.

Assista ao trailer: 


"Eike é um personagem difícil de compreender, controverso e cheio de nuances. No filme, escolhemos um recorte temporal para contar sua história, que passa especialmente pela sua ascensão e, depois, sua queda. Filmamos em 2021, com diversas restrições e protocolos rígidos da pandemia. Nesse sentido, a colaboração e a dedicação de cada um foram fundamentais. A Malu foi muito generosa e colaborativa conosco, foi uma alegria adaptar essa biografia escrita por ela. A escolha do Nelson como protagonista foi improvável, mas resolvemos apostar e foi a melhor escolha possível", comentou o produtor Tiago Rezende durante coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira, dia 12 de setembro. 

Para Andradina Azevedo, um dos diretores, essa escolha por um recorte específico dentro da rica história de Eike foi um dos principais desafios do projeto. "Desde o começo entendemos que teríamos que fazer um recorte. Optamos pelo período mais interessante da biografia dele, que passa por essa euforia do Brasil, do pré-sal. O Eike simbolizou tudo isso, o otimismo que rondava o país. É um personagem que já tinha tudo na vida e ainda queria ir além. Ele não dava passos para trás, continuava sempre insistindo. Faz parte da personalidade dele isso de 'apostar tudo ou nada'. Não sabemos se ele é um gênio, um bandido, um fanfarrão. E também não precisa ser uma coisa ou outra. É uma figura complexa, e que tem uma coisa de vaidade muito interessante e profunda", analisou. 

No papel do protagonista, Nelson Freitas disse ter ficado absolutamente fascinado pelo livro de Malu Gaspar, principalmente pelo trabalho de pesquisa e os caminhos escolhidos para contar a história. Em um intenso processo de preparação, o ator emagreceu dez quilos em um mês e meio e ainda teve que passar por uma cirurgia de emergência durante as filmagens. "Tentei fazer o meu melhor. O cinema é eterno e, agora, eternizamos essa história. É muito desafiador dar vida à uma pessoa real, contemporânea, que ainda é viva. Quando recebi o convite, declinei uma novela que ia fazer e aceitei na hora. Tinha tudo a ver com os novos rumos que queria dar para a minha carreira", contou. 

Praticamente a única mulher envolvida na trama, Juliana Alves interpreta Zita. "A história de Eike é relevante e de interesse do nosso país. É uma pessoa que, por anos, representou um ícone de realização para os brasileiros – apesar de todas as suas controvérsias. Para dar vida à Zita, busquei conversar com mulheres que são raras, mas que existem nesse meio. A sensibilidade dos diretores e do texto colaborou. Uma mulher, nessa situação, tem que se impor e ser muito boa, não deixando nenhuma dúvida a respeito de sua competência. A estrutura foi criada dessa maneira, para a reprodução do machismo. Para mim, foi algo muito interessante de trabalhar. Especialmente falando de uma mulher negra nesse ambiente de alto escalão. É uma forma de transformar o nosso imaginário, e o cinema tem um papel fundamental nesse sentido", pontuou a atriz. 

"A história do Eike ensina algumas coisas pra gente. Primeiro, que é completamente falso, enganador ou ingênuo da nossa parte acreditar em mitos, pessoas que chegarão com uma solução, seja ela qual for. O Brasil é um país muito complexo. A própria economia brasileira é muito diversificada. Imaginar que um sujeito iria tirar debaixo da terra a mesma quantidade de petróleo que a Petrobras não tinha tirado em 50 anos não faz sentido", disse a jornalista Malu Gaspar, autora do livro que deu origem ao filme. "As pessoas queriam acreditar naquilo. O brasileiro tem essa mania de achar que vai descer alguém do céu e resolver todos os nossos problemas. Mas a história do Eike ensina que acreditar em soluções milagrosas é um caminho errado. A segunda coisa é que não dá para achar que o que acontece na economia não depende da política, e vice-versa. Temos que considerar que essas coisas sempre estarão ligadas", acrescentou. 

Por fim, Dida Andrade, que também assina a direção, aproveitou a oportunidade para agradecer a produtora Mariza Leão, que foi quem convidou a dupla para dirigir; ao elenco, "que de fato se entregou ao projeto"; e ao livro da Malu. "Até então, tínhamos feito projetos independentes, então a oportunidade de estar num projeto grandioso como esse é muito importante para nós. Foi um processo intenso, mas muito colaborativo". 

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