Globo e DVB continuam o debate público

Mais uma vez, o diretor de tecnologia da TV Globo, Fernando Bittencourt, responde as afirmações em favor da adoção do padrão DVB no país, desta vez feitas pela coalizão DVB Brasil. Bittencourt destaca que a TV Globo não defende nenhuma tecnologia ou sistema. ?Defendemos sim a competitividade da TV aberta e que ela possa oferecer de forma gratuita tudo aquilo que a digitalização permite, ou seja: alta definição, mobilidade, portabilidade e interatividade. Tudo isto em um canal de 6 MHz?, afirma. ?O sistema que for capaz disto é o que queremos?, completa o engenheiro.
Bittencourt diz que, ?para verificar o funcionamento do sistema Japonês ISDB-T com programas em HDTV e programas para receptor portátil no mesmo canal de 6 MHz, não há necessidade de ir ao Japão , basta ir a São Paulo?, onda há ?uma emissora operando desta forma em teste pelo Instituto Mackenzie no canal 24?. O diretor da Central Globo de Engenharia lembra que os três sistemas vêm sendo testados pelo Mackenzie juntamente com a SET desde 2000.

Realidade japonesa

Para comprovar que as emissoras japonesas operam com programas em HDTV para fixo e móvel e programas portáteis, tudo isto em um único canal de 6 MHz, Bittencourt cita declarações recentes de executivos das emissoras japonesas NHK e TBS. Tais declarações afirmam que a NHK iniciou, em dezembro de 2005, testes de transmissões de "One-Seg service for cellular phone terminal? (trata-se justamente do serviço portátil) no mesmo canal de transmissão de TV digital terrestre (ISDB-T). Ainda em relação à NHK, o engenheiro senior Masayuki Takada afirma que as transmissões oficiais de serviços portáteis se darão a partir do dia 1º de abril, como haviam afirmado os defensores do DVB em sua nota. Já a declaração da TBS diz apenas que o serviço de transmissão para dispositivos portáteis abre portas para novas oportunidades de negócios.
Bittencourt diz ainda que, no Japão, além dos monitores de alta definição típicos da recepção fixa, estão disponíveis produtos que permitem trazer a alta definição para o ambiente móvel e receptores portáteis. Ele cita alguns modelos para estas aplicações vendidos hoje no mercado japonês. Entre eles estão produtos de alta definição móveis veiculares fabricados pela Panasonic, Pioneer e Alpine; produtos portáteis integrados com celular da NTT DoCoMo/Panasonic, KDDI/Sanyo e KDDI/HITACHI; e produtos com receptor portátil embutido como notebooks Sony e DVD portátil da Panasonic.

DVB rebatido

Fernando Bittencourt diz ainda que o sistema DVB ?não oferece uma opção de mercado para operação de HDTV, móvel e portátil em um único canal de 6 MHz?, e que ?uma solução simulada apresentada, ainda não existente em nenhum país do mundo, é a operação da tecnologia DVB-H dentro de um canal DVB-T?.
Ainda assim, continua Bittencourt, ?a norma técnica do padrão DVB-T (EN300744 v1.5.1 – Anexo A) estabelece que para manter-se a mesma robustez da recepção unicamente fixa (20Mbps) é necessário abrir mão de pelo menos um terço da capacidade do canal. Esta solução, também analisada teoricamente pelo Mackenzie, permitiria alguns programas para portátil, em detrimento da taxa que sobra para a recepção fixa muito abaixo da necessária para oferecer um sinal HDTV.
Ou seja, o nosso principal programa para receptores fixos ficaria com qualidade abaixo da necessária para manter as emissoras abertas competitivas no mercado?.

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