Japoneses ironizam oferta da coalizão DVB

Representantes do padrão japonês de TV digital divulgaram nota nesta terça, 14, classificando a decisão da STMicroelectronics em fabricar chips no Brasil como "uma grata surpresa", já que, segundo a nota, os chips fabricados STM podem ser combinados com o front-end (tuner + demodulador) do sistema ISDB-T, permitindo a produção no Brasil de receptores para este sistema. Vale lembrar, a STM é a integrante da Coalizão pró-DVB que ofereceu ao governo brasileiro, como contrapartida à adoção do padrão europeu, o estudo da implantação de um fábrica de componentes no País.
Para ilustrar a afirmação, Yasutoshi Miyoshi, representante no Brasil do Grupo Japonês, chegou a enviar à imprensa fotos de um protótipo funcional de um set-top box para o sistema japonês ISDB-T que, segundo a nota, foi construído pelo consórcio participante do projeto SBTVD e pela empresa brasileira Visiontec, composto de um front-end da empresa ALPS (japonesa) combinado com o back-end da empresa STMicroeletronics. Ou seja, segundo a nota, "a produção local de semicondutores anunciada se integra à oferta japonesa".
Ainda, os japoneses afirmam que o fato "atesta o que já ocorre na indústria eletrônica japonesa nos dias de hoje, onde os produtos são construídos utilizando componentes nacionais e estrangeiros das mais diversas nacionalidades, sem barreiras ou restrições". A carta, naturalmente, é uma provocação com tom irônico.
Segundo fontes ligadas ao DVB, a afirmação dos japoneses vem apenas no sentido de tirar o foco da discussão e que obviamente a fábrica de semicondutores só seria instalada se o padrão DVB fosse o escolhido, "assim como, caso os japoneses coloquem uma fábrica no Brasil, isso só acontecerá se o ISDB for o escolhido".

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