Propostas das teles ao atacado restringem oferta a pequenas e médias empresas

O destaque da proposta da Oi na negociação do PGMU III em relação à oferta voluntária ao atacado no mercado de banda larga é a comercialização de pacotes customizados para empresas inscritas no regime tributário SIMPLES. É isso, pelo menos, o que consta nos informes técnicos da Anatel que estão sendo produzidos após as negociações. As ofertas seriam feitas nas áreas entre o backbone da Oi e o centro de fios na sede municipal. Tudo isso, se a empresa for considerada detentora de Poder de Mercado Significativo (PMS) na região. Mas a agência não parece satisfeita com a proposta.
Para a Anatel, quem tem que ponderar com relação à influência ou não da empresa ser PMS é a agência reguladora e não a empresa. Este é um aspecto que deverá ser discutido melhor no Plano Geral de Metas de Competição (PGMC), segundo os informes técnicos.
Em sua proposta, a Telefônica também pretende privilegiar pequenos e médios provedores, mas sem fazer referência direta à necessidade de que as empresas sejam inscritas no SIMPLES. A referência usada pela concessionária é a classificação de pequena e média empresa do Banco Central. A proposta consiste na oferta de conectividade em degraus de 2 Mbps "onde houver apenas mais uma rede competidora", além de existir rede disponível. Cada provedor teria a contratação total limitada a 8 Mbps. A empresa garante que cobrará um preço único, independente da região geográfica da oferta.
Escolhas
Ainda não constam nos informes técnicos as propostas da CTBC e da Sercomtel. Nesses dois casos, a Anatel terá que tomar uma decisão delicada se quiser dar sequência à ideia de fixar compromissos voluntários com as empresas. Na última versão do informe técnico entregue ao conselho diretor, a área técnica vislumbra três caminhos. O primeiro é manter as metas de backhaul como estão, quadruplicando a rede de dados associada à telefonia fixa e abandonando o projeto dos compromissos negociados fora do PGMU. A segunda opção é manter as obrigações de expansão do backhaul apenas para as concessionárias que não apresentaram propostas, no caso, a CTBC e a Sercomtel.
A última alternativa seria estender sumariamente os compromissos às duas concessionárias que continuam em silêncio. Caso a agência busque ainda assim a negociação das contrapartidas, este último caminho pode ser o mais viável. Isso porque a preocupação da área técnica no momento é que exista uma uniformidade nos compromissos assumidos pelas concessionárias. "É importante uma análise global e uma discussão que harmonize o desenho político em todos os setores do PGO", ponderam os técnicos.
Assim, a agência mostra que pretende trabalhar em uma proposta unificada. E, se isso se confirmar, as contrapartidas podem ser fixadas para todas as concessionárias, mesmo as que não apresentaram propostas. O meio de estabelecimento dos compromissos será um aditivo aos Termos de Autorização do Serviço de Comunicação Multimídia (SCM), tal qual ocorreu no acerto do programa Banda Larga nas Escolas.

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