Fabiana Trindade, secretária de Financiamento da Ancine, e Laís Lopes, superintendente de Fomento, estiveram presentes no Gramado Film Market, braço de mercado do Festival de Cinema de Gramado, nesta terça, dia 15 de agosto, apresentando um panorama atual da agência e o que vem por aí em termos de editais e investimentos no setor.
A secretária de Financiamento começou sua apresentação informando que, hoje, são 12.946 produtoras registradas na Ancine, a maioria com cinco a 20 anos de existência. No entanto, somente 4.981 (38%) podem ser consideradas ativas no mercado, uma vez que emitiram CPB de espaço qualificado ou buscaram fomento na Ancine nos últimos sete anos.
Fabiana apresentou, então, os valores disponibilizados pela Ancine no último ano:
- FSA – Chamadas voltadas para Cinema – R$ 453,7 milhões;
- FSA – Chamadas voltadas para TV/VOD – R$ 200 milhões;
- FSA – Crédito para infraestrutura – R$ 390 milhões;
- Fomento indireto – Liberações em 2022 – R$ 453,5 milhões;
- Fomento indireto – Liberações em 2023 – R$ 327,5 milhões;
- Somando um total de R$ 1,8 bilhões aportados no setor.
A servidora apontou também os resultados das chamadas de cinema do FSA 2022, destacando a seleção de 244 projetos dentro os 1402 inscritos (dentre as chamadas de Novos Realizadores, Produção Nacional/Regional, Coprodução Internacional, Complementação e Via Distribuidora), e apontando ainda a chamada de desempenho comercial das distribuidoras, que contemplou com valores a serem aportados em novos projetos nove das 17 inscritas.
Ainda sobre as chamadas de cinema, o valor médio aportado pelo FSA foi de R$ 506 mil para comercialização e R$ 1,8 milhão para produção. "Conseguimos mais valores para 2023 e queremos complementar, para que os projetos precisem buscar recursos em menos fontes. E os orçamentos ficaram mais caros mesmo", pontuou Fabiana.
Coprodução internacional
Elas também destacaram que a Ancine não investe apenas em produtoras de grande porte, uma vez que das 168 produtoras contempladas, 98 eram de nível 1 ou 2. "A coprodução internacional tem sido uma estratégia bastante presente entre as empresas menores. As de nível 1, por exemplo, conseguiram 33% dos nossos recursos destinados à coprodução", afirmou a secretária de Financiamento. Os editais de coprodução internacional são uma espécie de aposta na Ancine, que veem nessa modalidade um potencial para o mercado da produção independente brasileira. Nas últimas chamadas, os 39 projetos de coprodução internacional selecionados representam 21% do total de projetos de produção selecionados. No momento, há um edital com inscrições abertas para coprodução com Portugal e novos editais bilaterais de coprodução serão anunciados em breve.
Resultados de TV/VOD
Em relação aos resultados das chamadas de TV/VOD do FSA 2022, dos 623 projetos inscritos, foram 122 selecionados, sendo o edital de Novos Realizadores o que registrou a maior demanda. E das 109 produtoras contempladas, também foram 50 iniciantes. Na modalidade regional, por exemplo, os principais valores foram para empresas de nível 1, 2 e 3.
FSA em 2023
O FSA segue com importantes valores para este ano, com as seguintes ações em andamento:
- FSA – Chamadas voltadas para cinema em seleção – R$ 313 milhões;
- FSA – Chamada aberta para TV/VOD – R$ 90 milhões;
- FSA – Chamada aberta para coprodução Brasil/Portugal – 350 mil euros;
- FSA – Cinema nas cidades – Apoio ao pequeno exibidor – R$ 6 milhões;
- FSA – Suplementação do Crédito para Infraestrutura – R$ 150 milhões;
- Totalizando R$ 560 milhões em seleção e previsão de publicação de resultados finais até o fim do ano.
E a Ancine destacou os aprimoramentos que está buscando em relação ao ano de 2022. Nas chamadas de cinema, por exemplo, ela menciona o teto de aporte ampliado para R$ 7,5 milhões para produção de obras; eliminação da nota mínima para classificação dos projetos para a etapa final de seleção; classificação de três vezes o valor da chamada destinado a cada macro região das cotas; garantia de representatividade de todas as regiões do país; comissão de seleção formada por analistas da Ancine e profissionais do setor selecionados por edital de credenciamento e eliminação da exigência da aprovação para captação.
Já no edital de TV/VOD, os aprimoramentos em relação a 2022 incluem: não haverá mais cota temática; teto de aporte ampliado para R$ 5 milhões para produção de obras, para qualquer região; eliminação da cota mínima para classificação dos projetos para a etapa final de seleção; classificação de três vezes o valor da chamada destinado a cada macro região das cotas; garantia de representatividade de todas as regiões do país; Comissão de Seleção formada por analistas da Ancine e profissionais do setor selecionado por edital de credenciamento; e retirada da exigência da aprovação para capacitação apenas no momento da contratação do investimento.
Nos últimos 12 meses, foram realizadas 1015 aprovações para captação; 430 aprovações para execução; 318 contratações FSA; e 800 análises de acompanhamento.
Futuro
O Plano Anual de Investimentos (PAI) 2023 do FSA apresenta um valor total de aporte de R$ 1.225.200.000, com investimento de R$ 1.075.190.000, somando os programas PRODECINE, PRODAV e PROINFRA.
"Essas chamadas que foram lançadas e estão em fase de seleção trazem características de transição, com aprimoramentos que fizemos ainda no âmbito da Ancine. Agora, a Agência vai começar debates com câmaras técnicas de produção e entidades representativas do setor, contando também com a participação da SAV e do MinC, para o desenho de novas linhas, agora plenamente alinhadas com as ideias do governo atual. Esperamos aprovar o Plano de Ação no segundo semestre e lançar, ainda neste ano, o que for acordado com o Comitê Gestor", adiantou Fabiana. Entre as principais novidades, ela destacou o lançamento de editais com Argentina e Uruguai, previstos para os próximos meses – reforçando essa valorização da Ancine da coprodução do Brasil com outros países.
