TV paga não foi um erro, diz Roberto Irineu Marinho

Roberto Irineu Marinho, presidente do grupo Globo, volta a comentar sua percepção sobre o negócio de TV paga. Em entrevista à revista Tela Viva que circula esta semana (revista publicada pela mesma editora deste noticiário) ele não esconde que o tremendo esforço de investir em TV por assinatura levou o grupo a uma delicada situação financeira. Mas não mostra nenhum arrependimento. "Estrategicamente sempre nos posicionamos e vamos continuar a ser empresas de programação, de produção, de entrega, por cabo, por satélite, por qualquer meio. Foi circunstancial o fato de termos estimulado, financiado a distribuição… Perder dinheiro não era parte da estratégia, mas de qualquer maneira fizemos isso para fazer crescer o negócio, e sempre tivemos clareza de que o negócio de TV paga não cresceria tão rápido quanto se projetava. Mas era necessário investir nesse mercado e ajudar para que ele se tornasse realidade no Brasil". Em seu depoimento à revista, Irineu Marinho responde seguro ao questionamento se a entrada do grupo no setor de TV paga teria sido um erro "Não (foi um erro), foi um acerto. Foi um acerto estratégico em geral. Tivemos dificuldade porque apostamos numa estabilidade do mercado brasileiro que não aconteceu e numa oferta de crédito que desapareceu. O erro foi operacional, a estratégia estava correta".
Ele comenta também as duas principais mudanças de rumo na relação entre a Globo e o mercado de TV paga que aconteceram depois da crise financeira de 2002: a diminuição de participação na Sky e a venda de participação na Net Serviços para a Telmex. "Não houve mudança na nossa estratégia para a TV por assinatura. Fomos e continuamos a ser fortes em programação e produção de conteúdo nacional. Entramos na distribuição para estimular esse mercado, para que a TV por assinatura crescesse. Se a distribuição estivesse consolidada desde o início, esses investimentos não teriam sido necessários. Mantemos uma participação em empresas de distribuição porque esta acabou sendo a forma mais viável para fecharmos os acordos com as empresas de distribuição onde tínhamos posições dominantes ou muito relevantes". Segundo ele, em um dado momento, pelo menos no caso da Sky, "era cada vez mais impossível acompanharmos os investimentos na mesma proporção que vínhamos fazendo. Mudamos a proporção societária e agora está tudo certo".

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