Documentário sobre Roberto Farias revela paixão do cineasta pelo cinema a partir do olhar intimista da filha, Marise Farias 

Mariana Marinho, produtora, e Marise Farias, diretora (Foto: Ticiane da Silva/ Agência Pressphoto)

O documentário "Roberto Farias – Memórias de um Cineasta", dirigido e roteirizado por Marise Farias, filha de Roberto, foi exibido na noite da última quarta-feira, dia 16 de agosto, no Festival de Cinema de Gramado, como parte da mostra competitiva de longas-metragens documentais. Produzido por Mariana Marinho, da Dona Rosa Filmes, em coprodução com a Globo Filmes, GloboNews e Canal Brasil, o longa retrata a vida e obra do diretor de cinema e televisão, que conquistou um diálogo direto com o público através de sucessos como "O Assalto ao Trem Pagador" (1962), a trilogia com o cantor Roberto Carlos (1968 a 1971) e "Pra Frente Brasil" (1982). Roberto Farias trabalhou na área durante sete décadas e reconhecia a importância do audiovisual na formação e defesa da identidade nacional. 

No filme, a paixão do cineasta Roberto Farias pelo cinema é revelada pela sua filha, Marise Farias, por meio de um olhar intimista, desde a infância até sua atuação polícia, econômica e cultural no Cinema Brasileiro, em uma história contada através do próprio Roberto e de amigos como Luís Carlos Barreto, Cacá Diegues e Zelito Viana. Textos de um livro inédito de memórias são interpretados por seu irmão, o ator Reginaldo Faria.

"Além de todas as expectativas, eu tinha a preocupação de fazer um filme à altura da obra e da história dele. Eu precisava fazer um filme minimamente digno, e isso nós conseguimos. O projeto surgiu primeiramente do meu afeto – sabia que queria fazer alguma coisa pela memória dele. Eu tenho uma bagagem de documentários sobre personalidades do cinema brasileiro, e isso me deu um certo conforto", contou Marise Farias em debate realizado nesta quinta, 17. 

"Mas eu queria que ele falasse em primeira pessoa – e não que outras pessoas contassem sobre ele a partir das suas perspectivas. Afinal, ele deixou tantos registros. Algumas coisas ficaram faltando – especialmente da fase da Embrafilmes – e para isso recorri aos amigos. E no começo, a ideia não era nem me posicionar como filha. Eu tive que tomar coragem. Eu sou tímida, não queria aparecer. Sou montadora, fotógrafa, gosto de estar atrás das câmeras. Mas tomei coragem em nome da memória dele e me coloquei a serviço da narrativa do filme, me posicionando como a filha. Isso também trouxe outros desafios", revelou Marise, que também destacou a vontade que tem de restaurar toda a obra de Roberto, promovendo ainda uma agenda de sessões – como um festival, por exemplo. 

Por meio da parceria com o Globo Filmes, o documentário terá sua exibição em primeira janela no cinema. E, na sequência, deve entrar na grade de programação do Canal Brasil, além de seguir sua trajetória de festivais. 

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