Com presença do futuro governo, Abert cobra simetria para plataformas que competem com a radiodifusão

O futuro governo, que toma posse apenas no primeiro dia de 2023, já iniciou seu relacionamento com o setor da radiodifusão. O vice-presidente eleito e líder da equipe de transição, Geraldo Alckmin, participou na noite da quarta, 16, da abertura do 29º Congresso Brasileiro de Radiodifusão, realizado pela Abert. Na ocasião, Alckmin afirmou que a garantia de liberdades de imprensa e de expressão, defendidas pela Abert, são sinônimo de civilização. Veja abaixo transmissão da abertura feita pela Abert em seu canal no YouTube.

O presidente da associação de radiodifusores, Flávio Lara Resende, lembrou dos avanços na implementação do sinal digital de TV, que já chegam a 90,9% dos domicílios com TV, e da migração dos sinais do serviço de TV por satélite da banda C para a banda Ku segue seu curso rapidamente. "Em nossa visão de futuro, chegaremos em poucos anos à TV 3.0., que partirá para a completa integração entre o serviço de radiodifusão e a Internet, com todos os ganhos que este casamento irá proporcionar ao telespectador e ao nosso modelo de negócios, sempre moderno e dinâmico".

O presidente da Abert aproveitou a abertura para abordar os desequilíbrios que a associação enxerga no setor. Para ele, as empresas de tecnologia e as plataformas digitais que atuam efetivamente como empresas profissionais de mídia e concorrem de forma direta pelo mercado publicitário com as emissoras de radiodifusão, deveriam atuar sob regras mais simétricas em relação ao setor de mídia. Ele cobrou uma atenção do Congresso Nacional ao tema, "de modo a impor a responsabilização destas empresas e plataformas pela divulgação de conteúdo disponibilizado na rede mundial de computadores, em especial quando se verificar a veiculação de notícias falsas ou informações direcionadas e impulsionadas eletronicamente, com fins lucrativos".

Desburocratização

Ainda na abertura, o secretário de Radiodifusão do Ministério das Comunicações, Maximiliano Martinhão, destacou os avanços obtidos nos últimos anos em busca da desburocratização, flexibilização de normas e modernidade do setor. Como avanços importantes, mencionou o parcelamento do preço público de outorga e o Programa Digitaliza Brasil, por meio do qual cidades de menor porte passarão a ter o sinal digital de televisão. Também mencionou uma parceria com a Universidade de Brasília (UnB) por meio da qual está sendo concluída a consolidação de todas as portarias do setor em um único documento.

Homenagens

Na noite de abertura do evento, a Abert entregou Medalhas do Mérito da Radiodifusão a personalidades do setor. Foram homenageados o ex-presidente da Abert e vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Globo, Paulo Tonet Camargo; o diretor de Rádio da ABERT e responsável pela elaboração dos estudos de migração dos canais de AM para FM, André Luís Ulhoa Cintra; e o presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Radiodifusão, Eli Corrêa Filho.

Houve também três homenagens póstumas, por meio da Medalha Assis Chateaubriand, lembrando Michel Micheleto, membro do Conselho Superior da Abert e presidente da Associação de Emissoras de Radiodifusão do Paraná (AERP); o jornalista José Paulo de Andrade, um ícone do jornalismo radiofônico; e José Inácio Gennari Pizani, que foi presidente da Abert no período de 2004 a 2006.

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