A ausência de uma delegação argentina no Fórum Internacional ISDB-T, que aconteceu na última semana em Quito, no Equador, inviabilizou qualquer decisão em relação à harmonização do middleware Ginga entre as diferentes implementações do padrão de TV digital. A Argentina propõe que seja adotado o middleware Ginga-NCL (baseado na linguagem declarativa NCL/LUA), enquanto o Brasil mantém a decisão de adotar o Ginga-J (que prevê não só o ambiente NCL declarativo como também o ambiente Java procedural). A proposta brasileira é que as implementações sejam compatíveis entre si, de forma a gerar escala e permitir a troca de conteúdo e aplicações. Sem a presença de delegação Argentina, os países membros do Fórum optaram por adiar a decisão.
Segundo André Barbosa, superintendente de suporte da EBC, há uma intenção declarada pelos países membros do Fórum em seguir um caminho conjunto, no entanto, não há um compromisso formalizado nesse sentido, podendo haver uma divisão. No encontro, os países latino-americanos apontaram a necessidade de maior transparência nas regras de adesão da cada versão. Para isso, a Oracle (detentora da propriedade intelectual sobre a linguagem Java) fará um workshop em São Paulo no mês de abril para apontar as vantagens da adoção do Ginga-J e esclarecer dúvidas em relação à cobrança de royalties. "Temos que deixar transparente o valor que será pago por cada elo da cadeia", diz Barbosa.
Harmonização
Apesar do imbróglio do middleware, o encontro serviu para harmonizar os outros pontos das implementações, inclusive aqueles mais polêmicos como as regras de proteção contra cópias de acessibilidade. Além disso, as normas passaram a contemplar a transmissão em 8 MHz, visando futuras implementações na África. A próxima reunião acontece em maio do próximo ano, em Montevidéu.
