Maria Gal estreia talk show "Preto no Branco" e debate diversidade na BandNews TV

Com a ideia de dialogar sobre diversidade, racismo e atitudes antirracistas, a atriz, apresentadora e criadora de conteúdo Maria Gal estreia na próxima quinta-feira, dia 26 de maio, o programa "Preto no Branco", na BandNews TV. O talkshow – que marca a estreia de Gal como apresentadora de TV e showrunner – celebra a semana em comemoração ao Dia da África. A atração, que terá a Gerdau como patrocinadora master, fará parte da programação das noites de quinta-feira do canal a cabo, sempre às 23h30, com reprise aos domingos. 

Maria Gal é atriz e, desde o início da carreira, com grupos de teatro em Salvador – Bahia, atua diretamente na pauta racial. "Steve Jobs falava sobre a importância de ligar os pontos do futuro com o passado e eu acho que é por aí. Trazer um programa como esse para a TV é necessário e muito importante – não só pra mim, mas pra toda a equipe. É importante ressaltar que além de termos uma mulher negra na apresentação e na criação, temos também uma diretora negra e diversos profissionais negros em posições de relevância. Isso só aconteceu porque há uma pessoa negra na liderança. Todos os meus diálogos com patrocinador, emissora e com a própria equipe foram nesse sentido, de como era importante para mim que tivéssemos uma equipe de maioria negra. O meu propósito pessoal e o propósito da minha empresa é esse, construir narrativas que dialoguem com a temática racial", disse Maria Gal em entrevista exclusiva para TELA VIVA. 

O programa é produzido pela produtora de Maria Gal, a Maria Produtora. Quebrando o paradigma do audiovisual brasileiro, que tem majoritariamente em suas produções pessoas brancas, a produção de "Preto no Branco", conforme Maria pontuou, tem em sua equipe 58% de profissionais negros e 42% de brancos. Além disso, mulheres negras são 76% da equipe feminina. "É isso que eu realmente busco, não só a maioria de profissionais negros, mas também de mulheres negras. Estamos falando de mudança de paradigmas – não tem como uma empresa que nasce com o propósito de construir novas narrativas não ter isso em seu DNA. Faz parte da minha empresa e faz parte de mim, da minha trajetória como mulher, negra e nordestina. Penso nas equipes atrás das câmeras, nas histórias que precisam ser contadas e também em quem está à frente. Quantas apresentadoras negras de talk show já tivemos no Brasil?", questiona. 

Dinâmica da atração 

Com seis episódios na primeira temporada, o "Preto no Branco" tem como proposta ampliar a discussão sobre pautas raciais na televisão e fomentar a conscientização da população sobre a urgência em tratarmos demandas de inclusão e diversidade na sociedade. Serão abordados temas como racismo e finanças, intolerância religiosa, racismo no esporte, racismo na publicidade e privilégio branco, sempre com a participação de convidados no teatro e, também, de forma remota. "Logo que comecei a pensar no programa, me questionei quantos temas e possibilidades seriam possíveis. De primeira, me vieram uns 20 diferentes. Afinal, estamos falando de uma questão que tem muita interseccionalidade. Até dentro dos seis temas que fechamos pensei depois que caberia ainda mais coisas. Por isso, espero que tenhamos diversas outras temporadas. São inúmeros temas relevantes. Chegar em seis foi difícil. São muitas pautas que precisamos aprofundar e trazer para discussão na TV brasileira", afirma Maria Gal. 

Nomes como Liliane Rocha, o jogador Aranha, Renato Meirelles, Julio César Andrade, Erica Malunguinho, Gabriela Moura, Felipe Silva (sócio e fundador da agência Gana) e a advogada Cláudia Luna estão entre os entrevistados dessa primeira leva de episódios. "São convidados de extrema importância. A premissa do programa é justamente dialogar com pessoas brancas ou negras que, de alguma forma, fazem trabalhos ligados à temática racial. Os convidados trazem ao programa contexto, trajetória e diferentes pontos de vista do que propomos como debate. Os entrevistados foram escolhidos a dedo, levando em consideração o que eles vêm construindo para termos um Brasil melhor", conta a apresentadora. 

O formato foi inspirado na série americana "Uncomfortable Conversations with a Black Man", de Emanuel Acho; na série documental "EUA – A luta pela liberdade"; e no "The Oprah Conversation", da apresentadora e jornalista Oprah Winfrey. São produções que utilizam entrevistas para debater temas relevantes, com pessoas dos mais variados perfis – como celebridades, executivos e especialistas – para extrair diálogos de grande importância com temáticas que influenciam o mundo.

"Com o programa, queremos impactar o público da melhor forma possível. O propósito é fazer com que pautas complexas sejam dialogadas de forma amigável, com educação, trazendo novos aliados para a luta. De maneira sucinta, diria que a premissa é essa: trazer da audiência novos aliados para a causa", finaliza Maria Gal. 

1 COMENTÁRIO

  1. Gostaria que se possível convidassem a grande defensora e CEO Luiza Helena Trajano , tem feito grande trabalho de reconhecimento e socialização! Uma das maiores defensoras do momento !!!

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