Ana Cañas comanda programa sobre sexualidade no Canal Brasil

Ana Cañas é a mais nova integrante do time de apresentadores do Canal Brasil. A cantora estará à frente de "Sobrepostas", programa no qual encontrará mulheres cis e trans para conversas sobre sexualidade feminina. A atração, criada e dirigida por Lívia Cheibub e Martina Sönksen, estreia na próxima segunda-feira, dia 25 de outubro, às 23h45 – na mesma data, os três primeiros episódios estarão disponíveis nas plataformas de streaming Canais Globo e Globoplay + Canais ao Vivo. A primeira temporada é composta por 13 episódios, de 15 minutos de direção cada, que vão ao ar pelo canal todas as segundas, no mesmo horário. 

A cada programa, Ana Cañas recebe convidadas em uma casa para conversarem sobre temas relacionados à sexualidade e à energia que motiva as mulheres a encontrarem prazer, afetos e intimidade. A abordagem dos temas não se dará sob o olhar do estranho, isto é, como algo a ser desvendado pelo olhar de especialistas, mas sob a perspectiva de mulheres cis e trans que são protagonistas das suas próprias narrativas. As trocas têm o intuito de naturalizar o assunto e inspirar mulheres de todas as idades a resgatarem suas próprias memórias da iniciação sexual, passando pelos momentos de excitação, frustração, autoconhecimento, desejo e fantasias, incentivando a conversa de forma natural e acolhedora.

"O convite do Canal Brasil chegou antes da pandemia – tínhamos a ideia de filmar em 2020, o que não foi possível por conta da pandemia, e brecamos o projeto. Conseguimos filmar este ano. Mas fiquei surpresa: nunca me vi no papel de apresentadora. Mas senti que era um grande desafio justamente por ser um programa sobre sexualidade, onde eu converso com mulheres que, às vezes, vivem experiências iguais às minhas e, outras, experiências totalmente diferentes", contou a cantora e, agora, apresentadora, em coletiva de imprensa virtual. "Aprendi muito com as mulheres convidadas. O formato do programa é uma conversa mais informal, sem um olhar de especialista ou de alguém que esteja de cima para baixo. É olho no olho. Às vezes eu não entendia tanto do assunto que estava sendo falado, então foi realmente uma troca. Foi enriquecedor. Sexualidade é um tema que abordo bastante na minha música e acho importantíssimo e fundamental falar de sexualidade na TV – especialmente da sexualidade feminina, que ainda é um tabu. Eu senti isso por parte das próprias convidadas. Todas reforçavam que estavam felizes por ter esse lugar de acolhimento, esse espaço de conversa. A opressão que nós enfrentamos nos destitui do empoderamento feminino", analisou Cañas. 

Ao longo do programa, cenas ficcionais dialogam com as experiências compartilhadas pelas convidadas. Essas imagens são sensoriais e buscam a poética sexual de cada pessoa, de cada corpo. "Essas cenas ficcionais estão ali para que a gente consiga se ver, ver nossas narrativas. A pornografia é um lugar de reflexão sobre a sociedade e, por isso, buscamos criar a nossa própria pornografia. O processo com os atores passa por quebrar estereótipos – temos, por exemplo, atores negros fazendo cenas onde são respeitados e amados, mulheres trans sendo respeitadas e amadas. Passa por todos esses lugares, da gente se ver e começar a ver imagens com subjetividades reais", disse Lívia Cheibub, que é uma das criadoras e diretoras da atração. "Tratar o sexo e o desejo das mulheres não como tabu, mas com temáticas de educação e conhecimento, é importante para todo mundo, de todos os gêneros. E é isso que fazemos, uma roda de conversa onde todo mundo é bem-vindo", acrescentou. 

Martina Sönksen, que divide com Cheibub a criação e direção do programa, explicou: "Eu e a Lívia pensamos em temas e, mais do que isso, em subtemas. O objetivo era quebrar estereótipos em todas essas histórias. O desafio de quebrar os paradigmas das narrativas que estamos acostumados. Contamos com uma pesquisadora de casting, a Déa Pinheiro, que entrevistou 80 mulheres para achar as convidadas. Tudo o que a gente foi fazendo foi crescendo a partir de conversas. A energia de troca foi muito forte". 

No programa de estreia, Ana Cañas recebe a cantora e compositora baiana Luedji Luna. Depois de fazer uma breve apresentação do programa e da primeira temporada, a apresentadora canta um trecho de "Coração Selvagem", do Belchior, música regravada por ela e que é o 1º single do álbum com canções do cantor cearense que ela está lançando nesta semana. Em seguida, apresenta a convidada do primeiro programa, com o tema "Primeiro Relacionamento".

"As histórias do programa são divertidas, emocionantes e delicadas. É um papo reto, muito real, que envolve histórias reais e corpos reais. A ideia é ser uma ode à liberdade. Ele convida o público para, mais do que aceitar as diferenças, celebrá-las. Encontrar beleza nas diferenças", definiu Cañas. 

Nesta quarta-feira, 20, a cantora lança ainda o projeto "Ana Cañas canta Belchior", que nasceu na pandemia, com a ideia de uma live única e transformou-se em um álbum e uma turnê integralmente dedicados ao compositor cearense. "O universo do Belchior é muito sensual. Ele tem frases muito sexuais em letras escritas 40 anos atrás. Então é algo que está ali no programa, de qualquer forma. Para mim, faz sentido, tem um diálogo entre os dois universos. Sinto que energeticamente os dois projetos conversam", concluiu a artista. 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui