Com foco na agenda ESG, Floresta investe em formação de jovens periféricos e sustentabilidade nos sets

Jovens do Programa Conexões Querô (Foto: Divulgação Floresta)

A agenda ESG é parte importante da estratégia da Floresta – e 2023 foi de grande evolução nesse sentido. Em entrevista exclusiva para TELA VIVA, Rosangela Wicher, diretora executiva de operações da produtora, contou que, neste ano, a empresa formou um comitê de ESG para unificar as iniciativas que vinha fazendo já há alguns anos. "Agora, estamos atuando de forma mais estratégica, colocando nossos focos nas frentes de educação, equidade de gênero, redução de desigualdade e produção responsável", detalhou. 

A executiva afirmou que, neste ano, a produtora conseguiu aplicar melhores práticas de sustentabilidade em todos os projetos que fez, garantindo o selo do grupo Sony – do qual faz parte – com excelência. Nessa frente, estiveram medidas como redução e compensação de carbono nos trabalhos produzidos, parceria com fornecedores que tenham atuação "verde", economia de reuso, letramento interno e plástico zero nos sets, entre outras iniciativas. "Temos buscado fornecedores que tenham essa consciência, e essa é a parte mais difícil. O mercado audiovisual é poluidor – a gente movimenta cenário, lixo, madeira, tudo em grande volume. Mas estamos buscando reduzir o lixo e dar o devido destino aos materiais utilizados. Estamos gravando a novela 'Dona Beja', onde figurinos serão doados para uma instituição que vai reutilizá-los depois. As madeiras que utilizamos também terão a destinação correta. Nesse processo, buscamos parceiros locais. Acabamos de gravar em Maragogi (AL), por exemplo, e contratamos pessoas de lá mesmo para garantir que esses materiais terão o fim adequado", citou. Em todos os projetos, a produtora adota a prática de planejar as doações e o reaproveitamento dos materiais. 

Segundo Wicher, os players também estão mais abertos a essas questões: "Estamos trabalhando muito junto das plataformas, com esse olhar comum. Estamos sentindo uma abertura grande, no sentido de testar o que podemos fazer. O caminho é circular em outros universos mais evoluídos que o audiovisual nesse quesito para buscar referências e treinar quem está aqui dentro para que seja intencional num primeiro momento e, lá na frente, seja feito com naturalidade". 

Outra frente com a qual a produtora tem se preocupado bastante é a social – que passa por educação e formação. "Como grande produtora do mercado, precisamos contribuir de alguma forma para o desenvolvimento de novos entrantes. A gente tem feito trabalhos com institutos de formação de jovens periféricos, principalmente para criação e roteiro", disse a diretora, adiantando que, em janeiro, eles irão lançar um curso justamente com esse foco, com 20 alunos. "Talvez a gente não consiga absorver todos na Floresta, mas podemos garantir que esses 20 sejam apresentados ao mercado para se posicionarem em outros lugares. No final, não é sobre trabalhar com a Floresta, e sim fazer essa transformação de forma mais ampla para o mercado em geral. Se conseguirmos formar e empregar, parte da nossa missão como empresa e como ser humano estará feita", avaliou. 

Ela destacou que o objetivo é ser essa ponte mesmo, que formará os jovens periféricos e os colocará em contato com os profissionais do mercado:  "Estamos dedicando bastante tempo a isso, criamos uma área focada nessa frente. Nesse primeiro momento, o trabalho é focado em mulheres, até porque temos um time de liderança muito feminino na Floresta, mas a ideia é ir fazendo outros recortes – raciais, por exemplo, entre outros, ao longo do tempo". 

No final de novembro, a Floresta convidou 26 jovens do Programa Conexões Querô para um curso especial sobre Direção de Produção. O encontro aconteceu em São Paulo e fez parte de ação formativa do Instituto Querô, que visa à capacitação e contratação de pessoas iniciantes no mercado audiovisual. A oficina passou por temas como distribuição de tarefas e cronogramas de filmagens, cuidados com as locações das gravações, regras e leis, montagem e desmontagem de cenários e ESG, com foco em modelo de produção sustentável. Além do workshop, os jovens convidados fizeram um tour pelos estúdios onde são gravados os projetos da Floresta e pelo setor de pós-produção da produtora. A parceria com o Instituto Querô é uma das iniciativas do Semente Educa, programa da Floresta que visa impulsionar a diversidade de talentos criativos no mercado de trabalho audiovisual. 

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