Em 2023, a Globo Filmes completou 25 anos de história. Além de ter feito uma série de ações especiais em comemoração à data, a empresa ainda encerrou o ano anunciando 30 estreias para 2024 e mais de 30 projetos em desenvolvimento. Prioridade da Globo Filmes, as salas de cinema são fundamentais para gerar valor para os filmes, através de uma atividade coletiva e uma experiência imersiva que transporta o público para dentro de cada história.
"Nosso maior objetivo para este ano é retomar a força do cinema brasileiro através de um portfólio diverso, que ressalta a diversidade, o regionalismo e a força da experiência cinematográfica nas salas de cinema e em todas as demais janelas. Estamos bastante animados com essa retomada – que já começou e mostra a força que temos para alcançar o público nos cinemas, com excelentes números de filmes com perfis variados", disse Simone Oliveira, head da Globo Filmes, em entrevista para TELA VIVA.
Como exemplo, ela citou "Minha Irmã e Eu", comédia dirigida por Susana Garcia que já superou a marca de 2,2 milhões de espectadores nos cinemas e se tornou o longa-metragem nacional com maior público pós-pandemia. Já "Nosso Lar 2: Os Mensageiros", drama dirigido por Wagner de Assis e que contou com apoio Globo Filmes, já levou quase 1,5 milhão pessoas às salas e se tornou a maior abertura de um filme nacional desde "Minha Mãe é Uma Peça 3" (2019), com mais de 548 mil ingressos vendidos no primeiro fim de semana em cartaz.
"Além disso, nesse começo de ano tivemos três coproduções selecionadas para alguns dos principais festivais internacionais: 'Cidade, Campo', de Juliana Rojas, no Festival de Berlim; o premiado "Pedágio", de Carolina Markowicz, no Festival South by Southwest (SXSW); e "Retrato de um Certo Oriente", de Marcelo Gomes, no Festival de Rotterdam", acrescentou Oliveira.
Outras janelas
A lista de cases de sucesso segue com outros grandes resultados em demais janelas, como "Tá Escrito", de Matheus Souza, que estreou no Globoplay e segue no topo do ranking dos filmes mais vistos na plataforma, e o telefilme recifense "Eu Quero Ir", dirigido por Pablo Polo e roteirizado por Ana Flavia Marques, que foi assistido por mais de 17 milhões de brasileiros na "Tela Quente", da TV Globo, na última segunda, 19, e se tornou a segunda maior audiência do ano na média nacional, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Em Recife, foi a maior audiência da faixa horária em 2024.
Festivais e mercados internacionais
Conforme citado pela executiva, a produtora está com o longa "Cidade; Campo", de Juliana Rojas, na mostra competitiva Encounters do Festival de Berlim deste ano. "O filme teve uma ótima repercussão de público e crítica. O Festival de Berlim traz um diferencial que é a presença de público comum – e não apenas da indústria – nas sessões, o que traz um frescor e uma resposta imediata sobre os projetos. E o filme teve uma excelente acolhida. A Dezenove Som e Imagem, produtora principal do projeto, também fechou, logo antes do festival, o contrato de world sales (com a The Open Reel), o que possibilita uma projeção e vendas ainda maior para o filme", contou. "Além disso, aproveitamos o EFM para apresentar nosso catálogo para sales agents e coprodutores e para estreitar relação com toda comunidade cinematográfica. O mercado está bastante aquecido e estamos buscando uma maior internacionalização da nossa marca", adiantou Oliveira.
Vale mencionar também que a série original do Globoplay "Betinho: No Fio da Navalha" também foi exibida na 10ª edição do Berlinale Séries Market, fortalecendo a presença da Globo no mercado.
"Os festivais internacionais são uma vitrine importante para o cinema brasileiro, permitindo que nossos filmes alcancem um público diversificado e ampliado além das fronteiras nacionais. A projeção em um grande festival pode mudar a carreira de um filme, dando maior visibilidade para o cinema brasileiro e para os nossos criadores e atrair o interesse de coprodutores, distribuidores, agentes de venda e espectadores de todo o mundo", analisou a executiva. Ela completou: "Para a Globo Filmes especificamente, participar de festivais internacionais desempenha um papel fundamental na estratégia de internacionalização da marca Globo e dos nossos filmes. Além de serem essa plataforma única para promover nossas produções, também focamos em estabelecer conexões valiosas com profissionais da indústria cinematográfica global e fortalecer nossa posição no mercado. Isso aumenta também nossas oportunidades de exposição internacional para futuros projetos. Estamos comprometidos em continuar investindo nesta estratégia internacional e em levar o melhor do audiovisual brasileiro para o mundo todo".
Oliveira ainda detalhou o processo de internacionalização dos projetos e como isso é tratado dentro da estratégia da empresa. "Desde o início do processo de seleção de coproduções consideramos o potencial do projeto para alcançar sucesso não apenas no mercado brasileiro, mas também em festivais e mercados internacionais", explicou. "A internacionalização dos projetos é tratada como um dos elementos-chave dentro da estratégia da empresa e de nossa busca por um um portfólio diverso e plural que abranja diferentes gêneros, estilos narrativos e temáticas, com o objetivo de atender às demandas e preferências de audiência em todas janelas no Brasil e em todo o mundo. Isso significa que apostamos tanto em filmes de novos realizadores com potencial para festivais, quanto em projetos de realizadores consagrados que já demonstraram capacidade de alcançar sucesso internacional", afirmou.
Durante o processo de seleção, desenvolvimento e produção na Globo Filmes, a produtora considera aspectos como a universalidade dos temas abordados, a qualidade técnica da produção e o potencial de apelo junto ao público internacional. "Trabalhamos em estreita colaboração com os realizadores para garantir que seus filmes tenham o melhor potencial possível para serem bem-sucedidos em festivais e mercados internacionais. Além disto, investimos no desenvolvimento de projetos desses criadores", citou Oliveira.
Projetos de coprodução com outros países
Coproduções com outros países também estão entre os interesses da Globo Filmes, que acredita que o modelo de negócio potencializa o alcance dos filmes nos festivais e mercados e aumenta as chances de vendas internacionais não apenas pelo acesso a recursos financeiros, que permitem a realização de projetos mais ambiciosos e competitivos, mas também pela troca artística, que cria oportunidades de colaboração e intercâmbio cultural, permitindo que cineastas brasileiros trabalhem em conjunto com talentos estrangeiros, compartilhando conhecimentos, experiências e perspectivas. "Essa troca enriquecedora não só enriquece os projetos individualmente, mas também contribui para o crescimento e a diversificação da indústria cinematográfica brasileira como um todo", observou.
Por fim, a head da Globo Filmes ressaltou: "É importante destacar que para a Globo Filmes é fundamental que os projetos mantenham a identidade brasileira e ligação com o público no Brasil. Valorizamos profundamente a brasilidade nos filmes que apoiamos, garantindo que mostrem diversas histórias, vozes, perspectivas da nossa cultura".